A nova abordagem da Alphabet com os projetos do Google X

Jean Prado
• Atualizado há 1 semana

Com a reorganização que resultou na criação da Alphabet, o Google fez algumas reformulações no Google X, que agora ganhou um novo logotipo e é chamado apenas de “X”. Além dessas pequenas alterações, a empresa adotou uma abordagem renovada para investir em projetos inusitados.

Caso você não esteja familiarizado com o Google X, ele é um laboratório que desenvolve e banca os projetos mais inusitados do Google, que podem dar muito certo ou… muito errado. Como exemplos, temos os drones de entrega, carros autônomos e o Google Glass.

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Eis o novo logo do Google X, agora chamado apenas de X

Essa incerteza do sucesso dos empreendimentos pode trazer alguns problemas para a empresa, ainda mais agora que ela está nos braços da Alphabet. A empolgação por fazer com que um projeto seja desenvolvido e tenha sucesso pode colocar “a carroça na frente dos bois” e ele não ter o sucesso esperado, desapontando os investidores.

Em decorrência disso, agora o X vai funcionar mais ou menos como um gatekeeper da Alphabet. O que isso significa? Bem, que a divisão analisará os projetos, fará um plano de negócios viável para levá-los ao mercado e, caso dê tudo certo, até transformará essas iniciativas em subsidiárias da Alphabet.

Para evitar que os projetos gastem dinheiro e falhem miseravelmente, o X terá um grupo, chamado de Foundry, para analisá-los. O grupo estabelecerá critérios rigorosos para decidir se os empreendimentos serão descontinuados ou se poderão mesmo fazer parte da Alphabet. Eles serão o guia do X, basicamente.

É esperado que o projeto de carros autônomos vire uma empresa própria até o final do ano.
É esperado que o projeto de carros autônomos vire uma empresa própria até o final do ano

A mudança pode trazer grandes benefícios aos menores projetos do X. Ao Re/code, antigos funcionários da empresa disseram que, por vezes, “alguém se apegava muito a um projeto e não aceitava encerrá-lo”. O Foundry avaliará se há riscos para eles serem apresentados ao mercado e tornará os projetos menos arriscados.

Antes do Foundry, o Google X pegava emprestado executivos do Google para avaliar os empreendimentos, segundo informações apuradas pelo Re/code.

Outra vantagem dessa reorganização é que a produtividade para lançar (ou dispensar) projetos pode aumentar significativamente. Aqui a lista do que entrou, pode sair e está incluído nas operações da empresa:

  • Replicant, o grupo da empresa dedicado a trabalhar com robótica;
  • Project Wing, responsável pelas pesquisas sobre drones de entrega;
  • Project Loon, dedicado a levar internet por meio de balões para lugares remotos;
  • Makani, que desenvolve energia sustentável por meio de vento;
  • O projeto de carros autônomos, que está dando tão certo que o Re/code diz que deve evoluir para uma empresa própria até o final do ano.

Astro Teller, presidente do X, também comentou o fracasso do Google Glass ao veículo. O problema, basicamente, é que eles passaram muito a imagem de um produto já finalizado quando a realidade não era bem assim. “Nós permitimos — e por vezes encorajamos — muita atenção ao programa”, admitiu.

Com informações: Ars Technica

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Jean Prado

Jean Prado

Ex-autor

Jean Prado é jornalista de tecnologia e conta com certificados nas áreas de Ciência de Dados, Python e Ciências Políticas. É especialista em análise e visualização de dados, e foi autor do Tecnoblog entre 2015 e 2018. Atualmente integra a equipe do Greenpeace Brasil.