A chegada de abril era muito esperada pelas empresas de segurança de absolutamente todo o mundo. No fatídico início do mês, uma nova praga eletrônica, que já vinha se fortalecendo às escuras, finalmente entraria em ação. O apocalipse digital, semelhante ao famoso “Bug do Milênio”, estava previsto. “Salve-se quem puder”, disseram os especialistas.
Então veio o primeiro de abril, com as tradicionais brincadeiras de empresas como Google e também de blogs tecnológicos. Mas nem sinal do supervírus, temido por todos (menos pelos usuários de Mac e de Linux – 10% dos computadores do mundo). Ontem foi dia dois de abril, e mais uma vez ficamos numa espera ansiosa e falha de ver o vírus entrar em ação e destruir milhões de máquinas.
Os analistas erraram. O Conficker não apareceu, não fez estragos. Parece que nunca existiu. Teve até colunista de tecnologia dizendo na rádio que os ouvintes evitassem ligar o PC na quarta-feira, para evitar a contaminação, como se vírus tivesse hora para começar os estragos e também para encerrá-los.
A provedora de serviços de resolução de DNS OpenDNS chegou a dizer que 12% dos computadores do Brasil estava infectados com o tal vírus, mas que estava trabalhando arduamente para que seus usuários não conseguissem contrair a praga. Houve até reportagem na televisão, informado o espectador que seu computador era uma bomba relógio prestes a explodir.
A grande verdade é que fomos todos enganados. O Conficker não deu as caras, não mostrou a que veio. Alarmismo puro, que certamente ajudou a vender licenças anti-vírus. Dois dias depois, mais parece uma brincadeira mal executada de primeiro de abril. Conficker? Ninguém sabe, ninguém viu.