Inspirado pelo post do Rafa, da equipe TB, sobre a escassez do iPhone 4 no Brasil, resolvi contar para vocês a minha experiência. Afinal, senti na pele a dificuldade que é obter um iPhone 4 aqui. Dei mais sorte que outros que não conseguiram seu aparelho até hoje, é verdade, mas ainda assim vivenciei a situação de escassez de estoque que observa-se no país.
Fui a uma loja da Vivo em São Paulo no dia do lançamento, 17 de setembro. Todas as unidades do lote inicial já estavam esgotadas, mas deixei meu nome na lista de espera. No dia seguinte recebi uma ligação do gerente avisando que meu aparelho havia chegado. Naquele mesmo dia 18, pouco antes de receber a ligação do gerente da unidade paulistana, havia feito também uma reserva do aparelho em outra loja da Vivo, em Santos, onde resido. De 18 de setembro até a presente data não recebi nenhum contato da unidade santista avisando da chegada do aparelho — ou seja, se não tivesse reservado em São Paulo um dia antes estaria sem iPhone até hoje.
Meu envolvimento com a questão poderia ter terminado ali se o seu aparelho comprado dia 18 na unidade paulistana não estivesse com problemas. Como pode ser visto neste vídeo, o aparelho desligava sozinho e não ligava de volta através de métodos normais, sendo necessário um reset forçado para reiniciá-lo.
Após todos os testes que permitiram eliminar a possibilidade de que o problema fosse de software, um dos gerentes da Vivo do Shopping Pátio Paulista registrou a solicitação de substituição do aparelho. O problema era que, segundo o gerente o informou, não havia nenhuma unidade em estoque nem naquela loja nem nas demais. Desde o primeiro fim de semana, nenhum outro lote havia sido recebido por aquela loja, afirmou o gerente.
Eu aguardei então, pacientemente… Por semanas. Ok, talvez não tão pacientemente assim: pelo menos uma vez por semana eu ligava para algum gerente e/ou comparecia à loja para pedir um posicionamento quanto à troca do aparelho defeituoso (sim, fiz questão de fazer marcação cerrada). Em todos os casos a resposta foi “não há previsão de chegada”. Em um momento e foi dito que a Apple não estava dando conta da demanda em nível mundial e, portanto, os lotes que seriam enviados ao país sofreram com isso. Em outro momento um funcionário da loja disse que a informação que eles tinham era de que o lote estaria preso na alfândega. Mas a impressão que passava mesmo era de que ninguém sabia com certeza o que acontecia.
Até que no dia 14 de outubro, quase um mês após a compra, finalmente chegaram à loja algumas unidades do aparelho. Mais precisamente 25 unidades, informou o gerente de plantão, 15 unidades de 16 GB e 10 de 32 GB (o modelo que eu havia comprado). Todas elas já vieram “com dono”, para casos especiais como esse da troca, em que há urgência de atendimento ao cliente que já comprou o aparelho e precisa ser atendido com prioridade, me explicou o gerente.
A situação chegou a um ponto em que nem mesmo os funcionários da loja foram informados quando chegaram esses 25 iPhones, disse o gerente, pois eles não seriam colocados à venda normalmente e, portanto, não convinha alardear que havia iPhones 4 ali. Mesmo porque, apenas naquela loja, uma lista de cerca de 300 pessoas aguardava a chegada de um iPhone desde a primeira semana de vendas do aparelho. Isso sem contar todas as outras que nem mesmo conseguiram entrar na lista de espera, que já era mais extensa do que a oferta de aparelhos comportaria por bastante tempo.
Mas foi assim que, na noite de 14 de outubro este perseverante redator conseguiu trocar seu iPhone 4 de 32 GB problemático por um outro, novinho em folha. A troca aconteceu sem qualquer demora ou burocracia. Eu só tive que esperar alguns minutinhos para a gerente de plantão terminar de atender outro cliente, revoltado com a ausência do iPhone 4. Ele esperava na lista de espera desde a semana do lançamento. A gerente explicou: “sinto muito, senhor, não temos o iPhone 4 em estoque”.