Em pré-venda desde o dia 27, o iPhone X vai ser lançado oficialmente nos Estados Unidos e outros países nesta sexta-feira (3). Mas a Apple foi convenientemente cuidadosa para ceder algumas unidades a veículos especializados para que reviews pudessem alimentar ainda mais as expectativas.

Assim como o iPhone 8 Plus, o iPhone X tem processador A11 Bionic, 64 GB ou 256 GB de espaço interno e certificado IP67, por exemplo. Mas as semelhanças não vão muito além disso. A tela de 5,8 polegadas que ocupa quase toda a frente e recursos como Face ID prometem experiências inéditas. Será? Vamos dar uma olhada no que as primeiras análises dizem.

A tela é sensacional

É a primeira vez que a Apple coloca um painel OLED no iPhone. No The Verge, Nilay Patel ressalta que esse tipo de tela favorece a criação de smartphones mais finos, por outro lado, deixa o componente mais suscetível a inconsistências (como a que afeta o Pixel 2 XL).

Mas o medo de problemas sérios logo passa. Matthew Panzarino, do TechCrunch, e Patel esclarecem que o painel do iPhone X foi fabricado pela Samsung (o Pixel 2 XL usa um display da LG) com base em parâmetros determinados pela própria Apple. No geral, a tela entrega resultados excelentes graças ao brilho forte, ao ótimo contraste, às cores vibrantes e à boa nitidez. Ambos concordam que a tecnologia True Tone faz um bom trabalho no ajuste automático da temperatura das cores.

Nicole Nguyen, do BuzzFeed, faz um discurso semelhante. Ela lembra que painéis OLED têm como características mais notáveis os níveis de brilho e de contraste, e aponta que, graças a esses detalhes, o iPhone X consegue ser mais interessante que outros aparelhos da Apple na leitura de textos, na reprodução de vídeo ou simplesmente na visualização da tela quando há luz solar direta.

Google Maps no iPhone X. Foto: The Verge
Google Maps no iPhone X. Foto: The Verge

O problema é aquela “franja” na parte superior. Quer dizer, não chega a ser um problema no sentido estrito, mas você pode precisar de algum tempo para se habituar. Primeiro porque muitos aplicativos ainda não foram atualizados (como Google Maps, Slack e Spotify), fazendo, em diversos casos, faixas pretas serem exibidas nas bordas superior e inferior. É um contrassenso: a tela em si tem mais aproveitamento de espaço, mas muitas aplicações, não.

Em contrapartida, os apps já atualizados para o novo formato conseguem oferecer uma boa experiência, embora isso dependa muito da forma como a adaptação foi feita. As stories do Instagram, por exemplo, não preenchem toda a tela; já a Netflix trabalhou melhor o aproveitamento, apesar de ainda ser possível notar faixas escuras.

De modo geral, é questão de tempo para quem estranhar a “franja” se acostumar a ela. Panzarino destaca que, com alguns dias de uso, o incômodo vai passar. É sempre assim, certo?

Mostra tua cara

Não sobrou espaço na frente do iPhone X para o botão de início que há anos caracteriza a linha. Consequentemente, não há espaço para o leitor de impressões digitais. Só que, em vez de jogar o componente para a traseira, a Apple colocou o Face ID no lugar dele. Tão logo o recurso foi revelado, todo mundo ficou desconfiado: será que presta?

Animação: TechCrunch
Animação: TechCrunch

Esse é o tipo de recurso que requer várias semanas para ser avaliado sob as mais diferentes circunstâncias. Ninguém teve tempo suficiente para ficar bastante tempo com o iPhone X. Mas as impressões iniciais são positivas, embora não livres de ressalvas.

No The Verge, Nilay Patel afirma que o Face ID funciona bem porque, basicamente, faz um mapeamento de milhares de pequenos pontos que formam o seu rosto. Não se trata de uma simples captura de imagem, portanto. Por conta disso, a tecnologia acaba proporcionando alguma flexibilidade: você pode fazer desbloqueio mesmo se estiver de óculos ou com um curativo no rosto, por exemplo.

Em seu review no BuzzFeed, Nicole Nguyen chega a relatar uma situação inusitada: ela foi picada por um mosquito perto do olho um dia antes de ir à sede da Apple para retirar o iPhone X. Consequentemente, ela acabou configurando o Face ID com a cara inchada. Nguyen pensou que teria que fazer um novo escaneamento depois que o inchaço diminuísse. Não foi necessário.

Nicole Nguyen. Foto: BuzzFeed
Nicole Nguyen. Foto: BuzzFeed

Mas você pode estranhar algumas coisas, pelo menos nos primeiros dias. Patel relata que, em determinados ambientes, você vai ter que ajustar a distância do iPhone X em relação ao seu rosto para a identificação funcionar — a Apple recomenda algo entre 25 e 50 centímetros. Além disso, algumas inconsistências podem surgir quando há variações de luminosidade.

Já Nguyen notou que, quando você está sem óculos, o Face ID (na configuração padrão) exige que você olhe diretamente para a tela durante o desbloqueio, sem desviar. Além disso, a identificação pode falhar se você fizer determinados movimentos, como bocejar. Mas são detalhes, não necessariamente problemas.

Câmera um pouco melhor que a do iPhone 8 Plus

A câmera dupla do iPhone 8 Plus têm agradado. Nas primeiras impressões, a câmera do iPhone X também, até porque ambas são muito parecidas: as duas contam com 12 megapixels, havendo, basicamente, algumas diferenças nas lentes.

Eis o efeito: em boas condições de iluminação, quase não dá para notar diferenças entre as câmeras dos dois modelos, inclusive com relação à saturação, que parece ser mais forte na nova geração. No TechCrunch, Matthew Panzarino comenta que a tela OLED do iPhone X pode fazer as fotos parecerem ter ainda mais intensidade de cores e contraste, mas, na prática, há pouca variação na comparação com a câmera do iPhone 8 Plus.

Fotos: TechCrunch
Fotos: TechCrunch

Ainda de acordo com Panzarino, diferenças ficam mais perceptíveis em condições adversas. O recurso de estabilização, por exemplo, vai ajudar você a fazer fotos mais interessantes quando há menos luz no ambiente. Mas, novamente, só com mais testes é que conheceremos todos os pormenores do iPhone X no quesito fotografia.

O que mais?

Sabe uma novidade que foi bastante elogiada nos reviews? Surpreendentemente, os animojis, aqueles emojis animados que renderam até memes durante a apresentação do iPhone X. Não só por ser algo que pode render bons momentos de diversão, mas porque tem muita tecnologia por trás disso.

Animação: TechCrunch
Animação: TechCrunch

Panzarino destaca a maneira como a câmera frontal é capaz de mapear com precisão o rosto e, com a combinação de máscaras e efeitos que seguem padrões físicos, criar experiências realmente divertidas.

Quanto ao desempenho, ninguém se prendeu muito a esse aspecto simplesmente porque o A11 Bionic é um processador sensacional, que dá conta de tudo — e também porque todo mundo precisa de mais tempo para analisar.

Nicole Nguyen aparentemente conseguiu ficar com o iPhone X por um prazo maior e, bom, ela ressalta que a bateria aguenta um dia longe da tomada com uso moderado. Mais do que isso é difícil. Não chega a surpreender, né?

iPhone X

De todo modo, as impressões iniciais colocam o iPhone X como um smartphone incrível. Patel, por exemplo, classifica o modelo como o “melhor iPhone já feito”. Mas você não precisa correr para ter um. Nenhum dos novos recursos é indispensável. É como se o iPhone X estivesse preparando caminho para uma nova e promissora fase. Talvez os modelos sucessores consigam ser considerados imperdíveis.

Vale dizer que, no Brasil, o iPhone X não tem data para chegar. Mas os preços oficiais já foram revelados:

  • 64 GB: R$ 6.999;
  • 256 GB: R$ 7.799.

É, eu sei.

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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