Nokia X, X+ e XL, os smartphones da Nokia com Android (ou quase isso)

Nokia X e Nokia XL chegam ao Brasil no segundo trimestre do ano.
Smartphones de baixo custo rodam uma versão modificada do Android.

Paulo Higa
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• Atualizado há 5 meses
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Direto de Barcelona — A Nokia revelou hoje a família Nokia X de smartphones que rodam apps para Android. Nokia X, Nokia X+ e Nokia XL são os três primeiros integrantes de baixo custo da série. Com hardware simples, eles ficarão entre os Asha, que possuem recursos encontrados em smartphones, e os Lumia com Windows Phone, que continuarão sendo o foco da empresa. Nós fomos dar uma olhada de perto nos aparelhos e estas são nossas primeiras impressões.

Eles rodam Android, ou quase isso

A tela inicial, formada por blocos que lembram os Live Tiles do Windows Phone, é muito diferente da que vemos no Android. E isso não apenas em relação ao Android puro, mas sim comparado ao Android de qualquer fabricante. Mas é só dar uma vasculhada melhor para descobrir que, sim, ele roda um sistema operacional baseado no Android. A organização do menu de configurações é bem familiar e inclui até mesmo o contador de tráfego de dados, essencial em um aparelho de baixo custo.

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Mas o sistema operacional é apenas baseado no Android que você conhece, porque o resto é bem diferente. Cadê a Play Store? Não tem: ao tocar no ícone Loja, você abrirá a Nokia Store, que reúne aplicativos compatíveis com o Nokia X. Outros aplicativos conhecidos do Google, que estão presentes em quase todos os Androids, como o Gmail, Hangouts, Google+ e Play Music, também não aparecem de fábrica.

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Ao entrar no menu Sobre o telefone, que geralmente mostra a versão do Android que o aparelho está rodando, temos uma surpresa: o Nokia X roda um tal de Nokia X software platform 1.0.1. Ou seja, trata-se de bem mais que um simples launcher novo ou uma adição de apps personalizados, como fazem outros fabricantes de smartphones com Android. É um novo sistema.

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A Nokia diz que substituiu as APIs do Google por APIs da Microsoft, o que pode causar mau funcionamento em apps que não estão preparados para lidar com essa mudança. No entanto, a empresa afirma que a maioria dos aplicativos poderá ser instalada e executada sem nenhuma adaptação. Você não está preso à Nokia Store; também dá para instalar apps por lojas de terceiros ou baixando o arquivo *.apk.

Entre os aplicativos pré-instalados temos o competente Here Maps, que possui navegação curva a curva e download de mapas para usá-los offline, além do Nokia MixRadio, serviço que permite ouvir músicas gratuitamente por streaming com base nos artistas que você gosta. Não duvido que no futuro alguém consiga portá-los para outros aparelhos, mas por enquanto os apps são exclusivos da Nokia.

Os básicos Nokia X e Nokia X+

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Nokia X e Nokia X+ são praticamente o mesmo aparelho. As diferenças ficam por conta da RAM e do armazenamento. O Nokia X tem 512 MB de RAM e 4 GB de espaço, enquanto o Nokia X+ tem 768 MB de RAM e vem com um cartão microSD de 4 GB incluso na caixa para expandir a memória. Por uma diferença de apenas 10 euros na Europa, o custo adicional parece valer a pena para quem carrega muitas músicas ou quer um desempenho a mais.

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O design é semelhante ao que vemos na família Asha: sem materiais mais sofisticados, como o alumínio do Lumia 925, mas nada com cara de barato. Eles possuem acabamento fosco, que não deixa muitas marcas de dedo à mostra (ao menos nas cores vermelha e amarela) e tudo parece bem encaixado. Ao remover a tampa traseira, vemos a bateria de 1.500 mAh, o slot para microSD e as duas entradas para Micro-SIM.

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A tela IPS LCD de 4 polegadas do Nokia X tem resolução de 800×480 pixels e não decepciona. A definição de 233 ppi é suficiente para não diferenciar pixels a distâncias normais de uso. Seria ótimo se a Nokia o lançasse por um preço acessível no Brasil: hoje, especialmente na faixa de até 500 reais, há falta de smartphones com boas telas.

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Para o hardware que o Nokia X possui, até que o desempenho é bem satisfatório. Embora as animações não encham tanto os olhos quanto as do Windows Phone, o aparelho não deu travadinhas nos poucos minutos em que pude brincar com ele. Nokia X e Nokia X+ possuem chip Snapdragon S4, da Qualcomm, com processador dual-core de 1 GHz.

O grandinho Nokia XL

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O Nokia XL é o smartphone mais avançado da família X, mas ele ainda é um aparelho bem simples. Os mesmos 768 MB de RAM, processador dual-core de 1 GHz e 4 GB de armazenamento interno do Nokia X+ estão dentro do Nokia XL. Já a bateria aumentou para 2.000 mAh.

Como a letra L denuncia, trata-se de um aparelho maior, com tela de 5 polegadas e resolução de 800×480 pixels. Está muito longe de ser uma tela horrível, mas a definição poderia ser melhor. O preto também poderia ser mais preto e a tela poderia refletir menos luz. Para um aparelho dessa categoria, no entanto, é difícil encontrarmos algo muito melhor que isso.

Fastlane: alterna entre apps e exibe informações úteis
Fastlane: alterna entre apps e exibe informações úteis

Algumas características da linha Asha estão no Nokia XL, como as linhas retas do corpo de policarbonato e o botão único na parte da frente. Mas o peso pode incomodar um pouco: com 190 gramas, dá para sentir logo de cara que o Nokia XL é bem pesadinho. Além disso, as bordas da tela ficaram grandes, então ele não é exatamente compacto. Mesmo assim, o Nokia XL é um competente aparelho para quem prefere telas grandes.

Preços e datas de lançamento

Como de costume, a Nokia Brasil ainda não divulgou os preços dos lançamentos de hoje; os valores só devem ser revelados quando estivermos mais próximos da chegada dos aparelhos no país. Por enquanto, a Nokia afirma apenas que, com exceção do Nokia X+, os smartphones que rodam apps de Android chegarão ao Brasil no segundo trimestre do ano, ou seja, entre abril e junho.

Mas, como a Nokia divulgou os preços para o mercado europeu, podemos fazer algumas estimativas. O Nokia X começa a ser vendido por 89 euros, enquanto o Nokia XL custará 109 euros. Voltemos aos lançamentos anteriores da empresa: o Asha 501 tem preço sugerido de 77 euros e chegou ao país por R$ 329; enquanto isso, o Lumia 520 foi anunciado por 135 euros e aqui no Brasil começou a ser vendido por R$ 599.

Portanto, podemos esperar algo entre 400 e 500 reais, mesma faixa de preço onde aparecem smartphones como o RAZR D1, da Motorola. Vale a pena? Com o Lumia 520 sendo vendido por valores semelhantes no Brasil, provavelmente não. Quando a euforia do lançamento passar e as promoções começarem a aparecer, talvez os “quase Androids” da Nokia sejam boas opções para o público que quer smartphones e não quer gastar muito.

Paulo Higa viajou para Barcelona a convite da Nokia.

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

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