Uma olhada de perto no Galaxy A8

Lançamento da Samsung é uma opção intermediária para quem procura "tela infinita" e desbloqueio por reconhecimento facial

Emerson Alecrim
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• Atualizado há 6 meses
Samsung Galaxy A8

Definitivamente, tela com bordas finas e desbloqueio via reconhecimento facial já não são mais exclusividades de topos de linha. Os dois recursos estão entre os destaques do Galaxy A8 e do seu irmão maior, o Galaxy A8+. Ambos os aparelhos foram lançados pela Samsung no Brasil nesta terça-feira (6).

Os smartphones Galaxy A sempre tiveram alguma coisa de sofisticação, mas, nesse quesito, o A8 e o A8+ provavelmente são os modelos da linha que mais se aproximam da família Galaxy S. O efeito disso está nos preços: o Galaxy A8 tem preço sugerido de R$ 2.399; o A8+, de R$ 2.699.

Será que compensa? Ainda é cedo para dizer, mas eu dei uma olhada no Galaxy A8 e conto as minhas impressões iniciais nas próximas linhas.

Tela infinita (ou algo assim)

A primeira coisa que você vai notar é que o Galaxy A8 abandonou o botão físico frontal, bem como os botões capacitivos que há anos caracterizam os smartphones da Samsung. Tudo em nome do aproveitamento de espaço: o aparelho segue a tendência das telas infinitas (ou infinity display) — não simpatizo com essa expressão, mas é a que a Samsung usa, então vamos lá.

Esse detalhe deixa o Galaxy A8 esteticamente parecido com o Galaxy S8 ou mesmo com o Note 8. Parecido, não igual: para começar, o display do A8 não tem curvatura acentuada nas laterais; além disso, o aproveitamento de espaço nas partes superior e inferior pode ter melhorado, mas as bordas laterais ainda são um pouco generosas, digamos assim.

Samsung Galaxy A8

Na qualidade de imagem, nenhum desapontamento. O Galaxy A8 tem tela de 5,6 polegadas com 2220×1080 pixels e tecnologia Super AMOLED. Como tal, as cores são vívidas, mas sem excesso na saturação. O brilho me pareceu bem forte. Ainda preciso testar o aparelho a céu aberto, mas, muito provavelmente, enxergar o conteúdo da tela em ambientes bem iluminados não vai ser nem um pouco difícil.

Você deve ter percebido que a tela é esticadona. Apesar disso, o Galaxy A8 não chega a ser um trambolho. Ele se encaixa bem nas mãos e, apesar de ter vidro atrás — atraindo marcas de dedos que é uma beleza —, não escorrega fácil, mérito da boa aderência das laterais.

Duas câmeras na frente

Câmera dupla também é tendência, só que, no caso do Galaxy A8, há dois sensores na frente, com 8 e 16 megapixels. A abertura é de f/1,9 em ambas as lentes. A Samsung diz que priorizou a parte frontal porque as pessoas querem selfies cada vez mais caprichadas, com fundo desfocado, por exemplo. Mas o que me agrada aqui é que o A8 tem suporte a reconhecimento facial.

Essa é outra característica que eu preciso testar mais, mas tudo me parece funcionar bem. Ou quase: em condições de iluminação reduzida (mas não muito baixa), fui obrigado a tentar duas ou três vezes para o desbloqueio funcionar.

Talvez não seja uma limitação técnica, mas questão de achar a distância mais adequada do aparelho em relação ao rosto para o reconhecimento dar certo de primeira. Mesmo assim, desconfio que o leitor de impressões digitais vai ser mais usado, por um único motivo: o desbloqueio por ele é mais rápido.

Samsung Galaxy S8
Paninho ou capinha: você vai precisar

Como o botão físico saiu ali da frente, o sensor de digitais foi parar na traseira, logo abaixo da câmera. Como você deve ter imaginado, é impossível não colocar o dedo sobre ela, pelo menos nas primeiras horas de uso. De qualquer forma, essa me pareceu ser uma posição “menos pior” do que a do sensor do Galaxy S8 (ao lado da câmera).

A câmera traseira não é dupla, mas isso não quer dizer que ela foi negligenciada. Na verdade, pelo pouco que eu brinquei com o A8, os resultados são agradáveis, embora eu só tenha feito testes em boas condições de iluminação. As especificações em si são decentes: a câmera tem 16 megapixels e lente com abertura f/1,7.

Hardware e bateria: aquela desconfiança de leve

Apesar do visual robusto e do conjunto convincente de recursos, o Galaxy A8 é um smartphone intermediário. Premium, é verdade, mas ainda intermediário. Isso fica claro pelo hardware: processador Exynos 7885 (seis núcleos Cortex-A53 de 1,6 GHz e dois Cortex-A73 de 2,2 GHz de alto desempenho), GPU Mali-G71, 4 GB de RAM e 64 GB de espaço interno (há uma versão de 32 GB, mas esta não será vendida no Brasil).

Samsung Galaxy A8

Tudo rodou com fluidez nos primeiros contatos com o aparelho. Mas só os testes com aplicações exigentes é que vão dizer se o Galaxy A8 tem fôlego. De qualquer forma, a gente não deve esperar desempenho similar ao de um dispositivo com Snapdragon 835, por exemplo. No máximo, o Exynos 7885 encara de frente um Snapdragon 660, o que já é bastante coisa.

O que me deixa um pouco desconfiado é a bateria: são 3.000 mAh (3.500 mAh no A8+). Longe de ser uma capacidade ruim, mas algo mais incrementado certamente faria grande diferença. De qualquer forma, o smartphone tem suporte a recarga rápida e não aparenta ter autonomia pífia.

Pecado mesmo foi a Samsung não ter incluído o Android 8.0 Oreo aqui. Apesar de ter sido revelado no final de 2017, o A8 vem com o Android 7.1.1. Tudo bem o que aparelho vai ser atualizado, mesmo assim, esse é o tipo de decisão que dá uma esfriada nas expectativas.

O que mais?

Samsung Galaxy A8

Vale destacar ainda que o Galaxy A8 suporta dois SIM cards mais um microSD, tem certificação IP68 (ou seja, o dispositivo possui proteção contra água e poeira), vem com porta USB-C e entrada para fones de ouvido, suporta o Samsung Pay e é compatível com o assistente Bixby.

De modo geral, o A8 é um aparelho bem equipado e um forte candidato ao título de intermediário mais interessante disponível atualmente no Brasil. Os R$ 2.399 pedidos por ele castigam o bolso, mas a situação deve melhorar nos próximos meses com as habituais quedas de preços.

Os detalhes você confere em breve. O review completo do Galaxy A8 já está a caminho. Enquanto isso, diga aí nos comentários o que você quer saber sobre o aparelho.

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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