Uber descobre que estava pagando menos do que devia para motoristas de Nova York

Empresa vai devolver até US$ 45 milhões por erro de cálculo na comissão das corridas

Paulo Higa
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• Atualizado há 2 semanas
Foto por freestocks.org/Flickr

O Uber percebeu que estava fazendo as contas erradas e pagando menos do que devia para os motoristas de Nova York desde novembro de 2014. O erro fez com que a empresa deixasse de pagar, em média, US$ 900 para cada motorista, resultando em até US$ 45 milhões embolsados indevidamente. Agora, a empresa vai devolver o dinheiro.

O erro aconteceu porque o Uber pegava sua comissão antes de aplicar os tributos devidos, como explica o Recode. Em Nova York, a empresa paga o imposto local (8,875%) e uma taxa para automóveis particulares que prestam serviços de transporte (2,5%). A comissão do Uber, de 25% em média, era descontada do valor total da corrida, quando deveria estar sendo tirada do valor total menos os impostos.

Tomando como exemplo uma corrida de US$ 10, o Uber ganhava US$ 2,50. Depois de corrigir o sistema, a empresa vai receber 25% sobre US$ 8,84, ou seja, US$ 2,21. Parece pouco, mas o efeito desses centavos a mais durante quase três anos de contas erradas fez com que motoristas deixassem de receber centenas de dólares. Um deles ficou sem ganhar US$ 7.083,81 (!).

A empresa afirma que o erro se aplica somente à cidade de Nova York, mas vai fazer auditorias em outros mercados para saber se estava calculando errado sua comissão. Não é a primeira vez que isso acontece: em março, o Uber também descobriu que pagou milhões de dólares a menos para os motoristas da Filadélfia.

Todos os motoristas afetados receberão o dinheiro a que têm direito, inclusive com juros, e passarão a ganhar entre 2% e 3% a mais por corrida. Ops.

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

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