Até a revista Caras virou uma operadora móvel virtual

Caras Chip usa redes da TIM e Oi; operadora virtual tem os mesmos planos de MVNOs como Intercel e Correios Celular

Lucas Braga
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• Atualizado há 7 meses

As operadoras móveis virtuais (MVNOs) não param de surgir, e até mesmo a revista Caras quis entrar nesse mercado: a Caras Chip é mais uma empresa que utiliza as redes da TIM e Oi através da infraestrutura da Surf Telecom; seus planos pré-pagos custam a partir de R$ 25 por mês, tal como Correios Celular e Intercel.

É no mínimo curioso o lançamento da Caras Chip. A revista parece atirar para todos os lados, uma vez que o grupo recentemente apresentou o banco digital CarasBank: ele oferece conta para pessoa física (com cashback) e para pessoa jurídica (com maquininha de cartão).

A Caras Chip se descreve como a “operadora oficial da maior revista de celebridades do país”. Esses são os planos:

Pacote de internetLigaçõesValor mensalBônus de portabilidade
1,5 GB (1 GB + 500 MB de bônus)60 minutosR$ 252 GB
3 GB (2 GB + 1 GB de bônus)100 minutosR$ 303 GB
5 GB (3 GB + 2 GB de bônus)Ligações ilimitadasR$ 405 GB
9 GB (6 GB + 3 GB de bônus)Ligações ilimitadasR$ 505 GB
15 GB (10 GB + 5 GB de bônus)Ligações ilimitadasR$ 755 GB

É possível ter bônus de até 5 GB para quem efetuar portabilidade numérica. O uso do WhatsApp não desconta da franquia de internet; após o consumo do pacote de dados, a velocidade é reduzida até a próxima renovação.

Onde estão as operadoras móveis virtuais?

Se você não percebeu, os planos são idênticos aos da Correios Celular, da Intercel e de praticamente todas as operadoras afiliadas à Dry Company, que por sua vez utiliza a infraestrutura da Surf Telecom, que, por fim, usa as redes da TIM e Oi. Como uma espécie de white label, a Dry Company permite que praticamente qualquer empresa seja uma operadora móvel virtual sem se preocupar com infraestrutura, atendimento e cobrança.

As operadoras móveis virtuais podem ser interessantes por conseguirem focar em um nicho específico ignorado por grandes operadoras, como serviço para mercado de baixa renda – foco da renascida Veek Celular, por exemplo – ou dispositivos de Internet das Coisas, tal como a Cinco (do Grupo Safra) e a Arqia (antes chamada Vodafone Brasil).

A Dry Company, por exemplo, é “agenciadora” de operadoras de clubes de futebol (São Paulo Futebol Clube, Esporte Clube Bahia, Sport Recife, Cruzeiro, Vasco da Gama, Fluminense, Ceará, Internacional, Santos e Fortaleza) e de comércios (Vestcasa, Barbosa Supermercados). Todas compartilham os mesmos planos, franquias, promoções e cobertura. Os sites e aplicativos possuem a mesma infraestrutura, com mudanças apenas nos logos e paletas de cores.

Seria incrível se as empresas criassem operadoras virtuais de verdade, com acordo direto com as operadoras e seus próprios diferenciais. Por exemplo, antigamente tínhamos a Porto Seguro Conecta, que oferecia até serviço de motoboy para quem esqueceu o celular em casa. No entanto, são poucas as empresas que querem colocar a mão na massa, preferindo delegar a tarefa para a credenciadora.

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Lucas Braga

Lucas Braga

Repórter especializado em telecom

Lucas Braga é analista de sistemas que flerta seriamente com o jornalismo de tecnologia. Com mais de 10 anos de experiência na cobertura de telecomunicações, lida com assuntos que envolvem as principais operadoras do Brasil e entidades regulatórias. Seu gosto por viagens o tornou especialista em acumular milhas aéreas.

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