Twitter amplia espaço de propaganda política, após perda de anunciantes

Nova diretriz da empresa revoga medida anunciada em 2019, que proibia que conteúdo político pago fosse veiculado na plataforma

Paula Alves
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Logotipo do Twitter
Twitter (Imagem: Vitor Pádua / Tecnoblog)

Na última terça-feira (3), mudanças importantes foram anunciadas pelo Twitter. Dois anos após ter proibido a veiculação de propagandas políticas, a rede social decidiu retroceder de sua decisão e anunciou que planeja expandir esse tipo de publicidade, ao longo das próximas semanas.

Apesar de não entrar em detalhes sobre quais conteúdos poderão ser veiculados na plataforma, a empresa afirmou que, no futuro, pretende alinhar sua política de publicidade com aquela realizada pela TV e outros meios de comunicação.

Vale lembrar que, em 2019, quando tomou a decisão de não trabalhar mais com esse tipo de publicidade, a rede social chegou a afirmar que o alcance da mensagem política deveria ser conquistado e não comprado.

Uma visão que parece ter mudado depois que Elon Musk comprou a empresa por US$ 44 bilhões e houve uma debandada de anunciantes da plataforma.

Apesar da nova diretriz, a decisão não coloca o Twitter como uma exceção no mercado. Ainda que redes sociais como o TikTok proíbam a publicidade política, vale lembrar que plataformas como o Facebook e o YouTube nunca deixaram de propagar esse tipo de conteúdo.

Twitter (Imagem: Brett Jordan/Unsplash)
Twitter (Imagem: Brett Jordan/Unsplash)

Além da novidade, o Twitter também anunciou que, nos EUA, vai flexibilizar a política de anúncios baseado em causas – ou seja, ligadas a transformações sociais.

Apesar de não trazer muitas informações no comunicado, à Reuters, o chefe de confiança e segurança do Twitter, Ella Irwin, trouxe algumas explicações. Segundo ele, a empresa permitirá anúncios que educam ou aumentam a conscientização sobre questões como registro eleitoral, mudança climática e programas governamentais.

Twitter perdeu mais da metade de seus anunciantes

A mudança anunciada pelo Twitter acontece pouco tempo após a empresa perder mais da metade dos seus anunciantes – uma lista que inclui gigantes como a Apple, que decidiu reduzir o número de propagandas veiculadas na rede social.

A insatisfação das companhias começou desde quando Musk demonstrou interesse em comprar a plataforma, já que parte dos clientes temiam que o bilionário tornasse a moderação de seu conteúdo menos rígida.

O descontentamento, no entanto, chegou ao ápice depois que a aquisição foi concretizada, uma série de medidas polêmicas tomadas pelo magnata causaram confusão e houve uma debandada geral dos anunciantes.

Fachada da sede do Twitter
Sede do Twitter em 2013 (Imagem: Mike Davis / Flickr)

Agora, enquanto indícios apontam que a rede social está por um fio, é notório que o Twitter precisa de dinheiro, algo que talvez possa ser impulsionado pelas propagandas políticas.

Além disso, ainda que não se saiba quanto isso trará de receita para a plataforma e o Twitter afirme que deseja garantir que “a abordagem de revisão e aprovação de conteúdo proteja as pessoas”, é de se perguntar como isso impactará no combate a desinformação.

Tema que, é importante lembrar, já foi de bastante repercussão para o serviço em outras ocasiões.

Com informações: Twitter e TechCrunch

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Paula Alves

Paula Alves

Repórter

Paula Alves é jornalista especialista em streamings e cultura pop. Formada pela Unesp (Universidade Estadual Paulista), antes do Tecnoblog, trabalhou por sete anos com jornalismo impresso na Editora Alto Astral. No digital, escreveu sobre games e comportamento para a Todateen e sobre cinema e TV para o Critical Hits. Apaixonada por moda, já foi assistente de produção do SPFW.

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