Tom Hanks denuncia sua versão deep fake que vende plano odontológico

Ator publicou no Instagram trecho de vídeo de empresa que está usando a sua imagem para propaganda; caso de Tom Hanks reflete temor da greve de atores

Felipe Freitas
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Inteligência artificial (imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)
Deep fake de Tom Hanks coloca ator para fazer propaganda de plano odontológico (Imagem: Vitor Pádua / Tecnoblog)

O ator Tom Hanks, famoso por filmes como Forrest Gump e Náufrago, denunciou no último domingo que sua imagem foi usada indevidamente para uma propaganda de plano dental. A empresa do anúncio usou a tecnologia deep fake para criar um vídeo do ator promovendo o produto. O uso de inteligência artificial para criar vídeos com atores é um dos pontos que levou à greve dos atores e roteiristas de Hollywood.

Tom Hanks, que não é bobo nem nada, não divulgou o vídeo completo, apenas uma captura de tela da propaganda. Na legenda da imagem, o ator explica que não tem relação nenhuma com a empresa. Como podemos ver na publicação (abaixo), a propaganda utiliza uma versão rejuvenescida do ator — com dentes mais brancos, claro.

Tom Hanks divulgou captura de tela de propaganda (Imagem: Reprodução/Instagram)
Tom Hanks divulgou captura de tela de propaganda feita com deep fake (Imagem: Reprodução/Instagram)

Caso de Tom Hanks reflete greve de Hollywood

Desde o dia 14 de julho, atores e roteiristas de Hollywood protestam contra a possibilidade de estúdios usarem inteligência artificial para produções cinematográficas. No caso dos atores, o temor é que as produtoras utilizem seus rostos para criar filmes.

Por exemplo, um artista no início da carreira pode ser contratado para “um dia de filmagem”, na qual sua imagem seria escaneada e usada em centenas de produções — sendo que o estúdio pagaria apenas uma vez por isso. Essa prática, uma forma de deep fake, pode encerrar a carteira de jovens atores, já que os estúdios podem pressionar os artistas a aceitar contratos abusivos.

Obviamente, atores mais famosos receberiam mais por isso. De qualquer modo, essa prática poderia permitir que os estúdios gravassem filmes até de artistas que morreram. Alguns atores (até de filmes adultos) já posicionaram contra isso. Whoopi Goldeberg e Madonna já revelaram que proibiram o uso comercial de suas imagens.

Recentemente, Zelda Williams, filha do ator e comediante Robin Williams, publicou no Instagram, que achou perturbador ouvir a voz do seu pai em programas de inteligência artificial.

No caso dos roteiristas, a preocupação é que os estúdios utilizem IAs generativas para escrever filmes.

Com informações: Variety

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Felipe Freitas

Felipe Freitas

Repórter

Felipe Freitas é jornalista graduado pela UFSC, interessado em tecnologia e suas aplicações para um mundo melhor. Na cobertura tech desde 2021 e micreiro desde 1998, quando seu pai trouxe um PC para casa pela primeira vez. Passou pelo Adrenaline/Mundo Conectado. Participou da confecção de reviews de smartphones e outros aparelhos.

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