Anatel prepara estudos para espectro de redes 5G e 6G

Agência aprova Plano de Uso de Espectro que deve orientar estudos sobre frequências de celular no Brasil; Anatel aponta direcionamento do que se espera para o 6G

Lucas Braga
• Atualizado há 3 anos
Imagem: Divulgação/Samsung
Anatel irá estudar frequências para 5G e 6G (Imagem: Divulgação/Samsung)

A Anatel aprovou o novo Plano de Uso de Espectro para o período de 2021 a 2028, e o documento deve orientar as iniciativas de curto, médio e longo prazo da agência para a gestão das frequências de rádio no Brasil, de olho na chegada do 5G e o futuro desenvolvimento do 6G.

Em primeiro momento, a Anatel irá estudar novos arranjos para faixas já em uso com as tecnologias 2G, 3G e 4G. A agência apurou que alguns blocos e condições de uso se encontram defasados devido a evolução dos padrões do IMT, e deve buscar melhores práticas internacionais e evitar a imposição de restrições rigorosas.

Para as frequências do 5G, a Anatel aponta a transição das aplicações de satélite que usam a Banda C estendida para outras frequências, com objetivo de liberar o espectro para atender a demanda que surgirá nos próximos anos. Esse movimento já estava previsto desde a publicação do edital do leilão de 2021, e a TV aberta via satélite deve ser migrada para a Banda Ku.

Leilão do 5G ainda não aconteceu, mas Anatel pensa no 6G

As citações sobre 6G no documento são bem superficiais: a Anatel planeja que nos próximos anos serao iniciadas discussões com a indústria e academia para apurar os requisitos da sexta geração das comunicações móveis.

A Anatel afirma que estudos indicam que as frequências acima de 90 GHz podem ser usadas pelo 6G, uma vez que essas faixas possuem mais espectro disponível para suportar a evolução das aplicações, como realidade virtual e realidade aumentada, saúde, conectividade difusa, mobilidade autônoma, indústria 4.0 e robótica.

Para o 6G, a Anatel também considera os estudos atuais que indicam algumas características para a geração, como a virtualização de desagregação das arquiteturas dos sistemas, bem como uma integração avançada entre as redes de acesso e backhaul e rede centrada no usuário.

O que esperar do 6G?

O 5G ainda está longe de se tornar realidade comum no Brasil e no mundo, mas o desenvolvimento do 6G já é estudado pelo mercado. Diversas alianças foram formadas, como a Next-G Alliance, liderada por empresas dos Estados Unidos e Canadá com objetivo de criar o novo padrão com influências norte-americanas. A Europa também faz algo similar com a Hexa-X, enquanto a Finlândia firmou um acordo com o Japão para a construção da sexta geração.

O 6G deve trazer velocidades de acesso ainda maiores que o 5G, graças ao uso de frequências na casa dos terahertz (THz). A Samsung criou um protótipo de chip capaz de atingir 6,2 Gb/s em transferências de dados, mas tudo isso foi possível apenas em ambiente controlado e com distância de 15 metros entre os dois dispositivos.

As primeiras redes 6G devem surgir apenas nos anos 2030, seguindo o intervalo médio de 10 anos entre mudanças de tecnologia. Enquanto isso, nos resta torcer para que o leilão do 5G não atrase ainda mais e se torne uma realidade em 2022.

Com informações: Teletime

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Lucas Braga

Lucas Braga

Repórter especializado em telecom

Lucas Braga é analista de sistemas que flerta seriamente com o jornalismo de tecnologia. Com mais de 10 anos de experiência na cobertura de telecomunicações, lida com assuntos que envolvem as principais operadoras do Brasil e entidades regulatórias. Seu gosto por viagens o tornou especialista em acumular milhas aéreas.