Claro, TIM e Vivo defendem compra da Oi Móvel em carta ao Cade
Compra da Oi Móvel é questionada por Idec, Algar e outras operadoras competitivas; Claro, TIM e Vivo afirmam que são rivais e descartam atuação coordenada
Compra da Oi Móvel é questionada por Idec, Algar e outras operadoras competitivas; Claro, TIM e Vivo afirmam que são rivais e descartam atuação coordenada
A Oi Móvel foi vendida para a Claro, TIM e Vivo por R$ 16,5 bilhões, mas algumas empresas querem barrar o negócio e acusam irregularidades concorrenciais. O grupo de compradoras enviou um ofício ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para rebater críticas e defender a aquisição.
O documento foi assinado por todas as quatro operadoras, e são 72 páginas com 175 itens em defesa pela aprovação do negócio. De acordo com o Telesíntese, as empresas afirmam que a compra da Oi Móvel é a única solução para saída voluntária de uma operadora que vem perdendo capacidade de competição no mercado.
Além disso, o grupo de operadoras argumenta que há rivalidade entre Claro, TIM e Vivo, e que a atuação, regulamentação e monitoramento da Anatel reduz barreiras à entrada de novas empresas e promovem competição através de movimentos futuros, como o leilão do 5G que deve acontecer ainda em 2021.
Claro, TIM e Vivo também insistem que a compra conjunta irá fortalecer as empresas com menor quantidade de clientes em determinada área, ou seja, a operadora menos popular em cada DDD irá absorver os contratos da Oi Móvel.
Diversas empresas enviaram ao Cade manifestações contrárias ao negócio da Oi Móvel, como a mineira Algar Telecom, a NeoTV e a Telcomp, que representam operadoras competitivas de telecomunicações. Além disso, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) também se posiciona de forma contrária quanto a aprovação da compra por parte da Claro, TIM e Vivo.
Uma das acusações dos grupos contrários é que houve atuação coordenada para aquisição da Oi Móvel. As compradoras se defendem e afirmam que a Highline também teve oportunidade de negociar antes do trio, mas obstáculos técnicos, regulatórios e até mesmo a perda de interesse motivaram a desistência.
As operadoras também afirmam que não houve grupo alternativo durante o leilão judicial da unidade móvel da Oi, e que o negócio respeita os limites de espectro impostos pela Anatel. Além disso, elas defendem que a compra garante a continuidade da operação, uma vez que os clientes serão alocados em diferentes teles com maior capacidade de investimento.
Quando a Claro incorporou a Nextel, em 2019, o Cade afirmou que a redução de quatro para três grandes operadoras preocuparia. O órgão alertava para a possibilidade de aumento na atuação coordenada, como se as concorrentes criassem uma espécie de cartel para controlar o setor.
Caso o negócio da Oi Móvel seja aprovado pelo Cade e Anatel, os clientes deverão ser transferidos para a tele com menor participação de mercado em cada DDD.
Em São Paulo (DDD 11), por exemplo, a Vivo é a líder de mercado, com 35,7% dos chips, seguida por Claro (31,5%) e TIM (19,8%). A operadora com o menor número de clientes nessa região é a TIM, e ela deve receber as linhas da Oi.
Se esse arranjo for aprovado, divisão da Oi Móvel ficará da seguinte forma: