Documentos indicam que Apple sabia que iPhone 6 entortava mais facilmente

Emerson Alecrim
• Atualizado há 3 anos
iPhone 6 Plus - Bendgate

Talvez você se lembre que, em 2014, o lançamento do iPhone 6 e 6 Plus foi seguido de uma grande polêmica apelidada de bendgate: muitos usuários reclamavam de unidades recém-adquiridas que entortavam facilmente. Na época, a Apple negou veementemente a acusação de falha de projeto, mas documentos internos “vazados” recentemente indicam que havia mesmo alguma coisa estranha.

De acordo com o Motherboard, a revisão de um processo por parte de um tribunal nos Estados Unidos acabou tornando acessível parte dos documentos. Neles, há indícios de que a Apple sabia do problema antes mesmo do lançamento dos aparelhos.

A juíza Lucy Koh, responsável pela análise, aponta um trecho que mostra que os testes da própria Apple indicaram que o iPhone 6 era 3,3 vezes mais suscetível a entortar do que o modelo anterior, o iPhone 5s. O iPhone 6 Plus, por sua vez, tinha 7,2 vezes mais chances de dobrar.

Apesar da grande repercussão, o assunto logo caiu no esquecimento. Porém, quase dois anos depois, usuários começaram a se queixar de unidades cuja tela deixava de reconhecer toques corretamente. O problema foi associado à fragilidade estrutural dos iPhones 6 e 6 Plus. Desde então, a Apple encara um processo coletivo nos Estados Unidos e, por conta dele, teve que entregar documentos referentes a testes ao tribunal.

O processo ainda está em andamento, razão pela qual não se sabe se a companhia irá sofrer algum tipo de punição ou se terá que indenizar clientes. Mas as chances de alguma consequência não são pequenas: os documentos também apontam que a Apple resolveu o problema em unidades fabricadas após a polêmica aplicando reforços nas estruturas e, mesmo assim, continuou não reconhecendo publicamente o bendgate como uma falha de projeto.

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Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.