Apple quer cobrar para você impulsionar posts no Instagram e TikTok

Novas regras também tentam evitar que aplicativos que lidam com NFTs passem por cima das regras da App Store

Emerson Alecrim

A Apple aproveitou que o iOS 16.1 e o iPadOS 16.1 foram liberados nesta semana para aplicar algumas mudanças nas diretrizes da App Store. Uma delas afeta a forma como marcas e influenciadores impulsionam postagens em plataformas como Instagram, TikTok e Tinder. Digamos que, agora, a companhia quer receber uma parte dos valores com “boost”.

Logotipo da Apple
Apple (imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

As políticas da App Store são polêmicas há algum tempo. A regra mais questionada é a que determina que a Apple fique com até 30% dos valores de compras feitas em apps distribuídos na loja. Para tanto, os aplicativos precisam usar o sistema de compras in-app da App Store.

De certo modo, as novas regras têm relação com essa política. Com a atualização, a Apple desobriga aplicativos desenvolvidos para permitir que profissionais de marketing, influenciadores e afins gerenciem campanhas de usar o tal sistema in-app da loja.

Nas regras, a Apple explica o motivo:

Esses aplicativos destinam-se a fins de gerenciamento de campanha e não exibem os anúncios em si.

Por outro lado, quando a campanha é feita em um aplicativo que exibe anúncios, a compra terá ser realizada por meio do sistema da in-app. É o caso, por exemplo, de compras feitas para impulsionar a exibição de postagens publicitárias em uma rede social como o Instagram.

Novamente, as regras explicam:

Compras digitais para o conteúdo que é experimentado ou consumido em um aplicativo, incluindo compras de anúncios para exibição no mesmo app (como vendas de “impulsos” para postagens em um aplicativo de mídia social) devem ser compras in-app”.

Como as regras acabaram de ser atualizadas, por ora, é difícil mensurar o impacto que as novas diretrizes da App Store podem causar. Mas é possível que os custos para anunciantes aumentem, ainda que discretamente.

É como se a Apple tivesse conseguido colocar em prática o plano que previa cobrança de comissão em anúncios vendidos pela Meta no Facebook.

De todo modo, se os custos realmente aumentarem, é provável que muitos anunciantes simplesmente busquem outros meios para impulsionar campanhas, como plataformas web.

Ícone da App Store
App Store da Apple (imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Outras mudanças nas regras da App Store

Outras regras da loja de aplicações do iPhone e iPad também mudaram. Uma delas determina que desenvolvedores forneçam, aos revisores da App Store, acesso completo ao aplicativo submetido à loja.

Isso inclui fornecer login e senha para testes, por exemplo. Com isso, os revisores poderão checar mais facilmente se o app respeita as políticas da loja.

Também há mudanças envolvendo NFTs. Aplicativos que lidam com tokens não fungíveis não podem exibir links ou botões para que o usuário compre esse tipo de conteúdo em ambiente externo. As compras de NFTs também devem ser feitas por meio do sistema in-app da Apple.

Além disso, apps do tipo não podem usar mecanismos próprios para desbloquear recursos para o usuário, como QR codes, criptomoedas ou chaves de licenças.

Aparentemente, essas regras visam evitar que NFTs sejam usados para burlar a cobrança de taxas pela loja.

Os detalhes estão na lista de mudanças de diretrizes da App Store.

Com informações: MacRumors.

Leia | Como limpar o histórico de compras da App Store [Ocultar]

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.