Apple queria cobrar comissão de anúncios vendidos pela Meta no Facebook
Empresas discutiram porque Apple considerava que pagamento para impulsionar posts no Facebook era uma transação no app, sujeita à taxação
Empresas discutiram porque Apple considerava que pagamento para impulsionar posts no Facebook era uma transação no app, sujeita à taxação
Uma das maiores brigas no mundo da tecnologia é a cobrança de comissão feita pela Apple dos aplicativos que usam sua loja. A situação, porém, não é nova. A fabricante do iPhone já quis ficar com 30% do valor que os usuários pagavam à Meta para fazer propagandas no Facebook.
A informação veio à tona em uma reportagem do jornal The Wall Street Journal, e as discussões aconteceram entre 2016 e 2018. As vendas em questão eram de impulsionamento de posts — valor pago para que uma publicação apareça para mais usuários.
A Apple argumentava que as contratações feitas em seus aparelhos configuravam transações dentro do app, o que permitiria a ela ficar com uma parte deste dinheiro. A Meta, controladora do Facebook, dizia que eram anúncios, o que os isentava de cobrança. Aparentemente, o entendimento da Meta prevaleceu.
Outra tentativa de ganhar dinheiro usando o app do Facebook foi uma proposta para vender assinaturas para quem quisesse usar a rede social sem ver propaganda. A Apple também fica com uma porcentagem desse dinheiro. As duas empresas não chegaram a um acordo.
Após a publicação da reportagem do WSJ, outra empresa revelou que a Apple quis ficar com uma fatia do dinheiro ganho com um serviço semelhante.
Matt Mullenweg, CEO da Automattic, dona do Tumblr, revelou no Twitter que a fabricante do iPhone não aprovou o Blaze, recurso da rede social para impulsionar publicações. A saída foi adicionar a ferramenta como uma compra dentro do app e pagar os 30% para a dona da App Store.
Uma ironia adicional nessa história é que, nos últimos anos, a Apple adotou uma série de políticas voltadas para a privacidade. Um dos grandes prejudicados nesta história foi justamente a Meta, dona do Facebook.
O iOS 14.5, liberado em 2021, pede consentimento explícito do usuário para compartilhar sua ID de anúncios com os desenvolvedores. A Meta estima ter perdido US$ 10 bilhões em receitas no ano passado por causa dessa ferramenta.
Com informações: The Verge.