Um dos grandes investidores do Uber está processando o ex-CEO por fraude
Benchmark Capital detém 20% do poder de voto no Uber
Benchmark Capital detém 20% do poder de voto no Uber
O próximo capítulo da fase ruim do Uber envolve um de seus grandes investidores: a Benchmark Capital, empresa de capital de risco que detém 13% das ações do serviço de transporte e 20% do poder de voto. O grupo está processando o ex-CEO Travis Kalanick, que renunciou em junho, por má gestão durante o período em que chefiou a startup.
Como informa o Axios, a Benchmark Capital sustenta que, em junho de 2016, votou a favor de uma decisão que ampliou o conselho de voto do Uber de 8 para 11 cadeiras, sendo que Kalanick teria o direito exclusivo de escolher quem ocuparia os novos lugares. Agora, a Benchmark quer invalidar seu voto porque Kalanick não divulgou informações relevantes que, no futuro, colocariam o Uber no centro das polêmicas.
Segundo a Benchmark, o fato de Kalanick não ter comunicado os investidores sobre os problemas com “discriminação generalizada de gênero e assédio sexual” e as denúncias de que “supostamente obteve segredos comerciais roubados de um competidor” invalidaria o voto para aumentar o tamanho do conselho. E os investidores não teriam cedido as três cadeiras adicionais para Kalanick (uma já é ocupada pelo ex-CEO).
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Além disso, o grupo de investidores diz que Kalanick prometeu por escrito, quando renunciou ao cargo de CEO, que as outras duas cadeiras se tornariam independentes, sendo necessária a aprovação de todo o conselho para que alguém as ocupasse — deixando de depender apenas da vontade de Kalanick. No entanto, o executivo não quis colocar essa mudança no regimento.
O Uber não se pronunciou. O porta-voz de Kalanick, por sua vez, afirmou que “o processo é totalmente sem mérito e cheio de mentiras e falsas alegações”, e que a Benchmark Capital está atingindo contra os interesses do Uber, dos funcionários do Uber e de outros investidores.
Se a Benchmark ganhar a disputa, Travis Kalanick pode ser expulso do conselho de diretores do Uber, basicamente eliminando as possibilidades do ex-CEO voltar a ocupar um cargo importante na empresa que ele ajudou a fundar. Kalanick detém 10% de participação no Uber, que atualmente é avaliado em US$ 69 bilhões.
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