CEO do Uber renuncia após pressão de investidores
Empresa de US$ 69 bilhões enfrenta denúncias de assédio sexual e roubo de propriedade intelectual
Travis Kalanick não é mais CEO do Uber. Uma semana depois de anunciar seu afastamento por tempo indeterminado alegando motivos pessoais, o executivo renunciou ao cargo mais alto da empresa. A informação é do New York Times, que afirma que a decisão foi tomada após pressões de um grupo de investidores da startup de US$ 69 bilhões.
A renúncia de Kalanick é anunciada no ponto mais baixo da empresa que ele ajudou a fundar, em 2009. Desde o início do ano, o Uber vem se envolvendo em polêmicas, como a criação de softwares para despistar autoridades, uma acusação de roubo de propriedade intelectual do Google e os relatos de assédio sexual dentro da companhia, que culminaram na demissão de mais de 20 funcionários.
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De acordo com o New York Times, cinco dos maiores investidores do Uber pediram em carta que Kalanick renunciasse imediatamente, afirmando que a empresa “precisava de uma mudança na liderança”. O documento foi enviado ao CEO enquanto ele estava em uma viagem em Chicago. Depois de horas de discussões, Kalanick concordou em desistir do cargo.
Os investidores em questão são os fundos Benchmark, First Round Capital, Lowercase Capital, Menlo Ventures e Fidelity Investments, que detém mais de um quarto das ações da startup e cerca de 40% de poder de voto no Uber. Desde a fundação, o Uber levantou mais de US$ 14 bilhões para financiar sua expansão pelo mundo. A empresa ainda não é lucrativa, e teve prejuízo de US$ 2,8 bilhões em 2016.
Mesmo com a renúncia, Travis Kalanick continuará ocupando o conselho de diretores do Uber e ainda detém a maioria das ações com direito a voto. A empresa de transporte diz que o executivo “está dando um tempo para se recuperar de sua tragédia pessoal, ao mesmo tempo em que dá espaço para a empresa abraçar completamente esse novo capítulo na história”.