O Windows em smartphones ainda existe, mas com um alcance extremamente limitado. Ele corresponde a apenas 0,3% do mercado; e praticamente não esteve em lançamentos do último ano, nem mesmo da Microsoft.

Então não é surpresa que o próprio Bill Gates tenha deixado o Windows Phone. Em entrevista à Fox News no domingo (24), ele disse: “na verdade eu migrei para um celular com Android e vários aplicativos da Microsoft”. Ao entrevistador, ele confirma: “não, nada de iPhone”. (O vídeo completo está no final do post.)

Quando o cofundador da Microsoft decide desistir do Windows Phone/10 Mobile, é (mais um) sinal de que a plataforma não tem muito futuro. Na verdade, até mesmo os fãs se viram obrigados a migrar para o Android.

O Windows Phone foi praticamente deixado de lado após Satya Nadella assumir o cargo de CEO. E ele diz em seu novo livro, “Hit Refresh”, que se opôs à aquisição da Nokia para salvar a plataforma.

O então CEO da Microsoft, Steve Ballmer, acreditava que o Windows Phone jamais poderia competir com o iPhone e o Android sem essa aquisição. Nadella, no entanto, pensava que “era tarde demais para recuperar o terreno que havíamos perdido. Estávamos perseguindo as luzes traseiras dos nossos concorrentes”.

Ballmer fez uma pesquisa informal entre seus altos executivos, e Nadella — então o principal responsável por computação na nuvem — votou “não”. Outros executivos também fizeram oposição, e até mesmo Bill Gates foi contra.

O resto é história: a Microsoft comprou a divisão de dispositivos e serviços da Nokia em 2013; sangrou dinheiro, demitiu milhares de funcionários e teve prejuízo bilionário em 2015; e vendeu a marca Nokia em smartphones para a finlandesa HMD Global em 2016. O Nokia 3, 5, 6 e 8 rodam Android.

Com informações: The Verge, Business Insider.

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Felipe Ventura

Felipe Ventura

Ex-editor

Felipe Ventura fez graduação em Economia pela FEA-USP, e trabalha com jornalismo desde 2009. No Tecnoblog, atuou entre 2017 e 2023 como editor de notícias, ajudando a cobrir os principais fatos de tecnologia. Sua paixão pela comunicação começou em um estágio na editora Axel Springer na Alemanha. Foi repórter e editor-assistente no Gizmodo Brasil.