China listará empresas “não-confiáveis” após disputa EUA vs. Huawei
Governo chinês fará lista com entidades que bloqueiam empresas da China; Huawei recebeu sanções comerciais dos EUA
Governo chinês fará lista com entidades que bloqueiam empresas da China; Huawei recebeu sanções comerciais dos EUA
A guerra comercial entre EUA e China parece longe de acabar: o governo chinês anunciou a criação de uma “lista de entidades não-confiáveis” com organizações que bloqueiem empresas do país ou prejudiquem seus interesses. Ela também ameaça restringir suas exportações de metais de terras raras, usados em produtos eletrônicos. É uma resposta às sanções americanas à Huawei, que não pode fazer negócios com Intel, Qualcomm e outras companhias.
O Ministério do Comércio chinês divulgou nesta sexta-feira (31) a intenção de criar uma “lista de entidades não confiáveis”. Isso englobará quem não respeita as regras de mercado, viola contratos, bloqueia companhias do país ou causa “danos graves aos direitos e interesses legítimos das empresas, organizações ou indivíduos da China”.
O ministério diz que a discriminação contra empresas chinesas legítimas “põe em perigo a segurança e os interesses nacionais da China, assim como a indústria global”. No entanto, o governo ainda não revela as organizações que estarão nessa lista, prometendo anunciar medidas específicas em breve.
A retaliação vai além. A China aumentará as tarifas de importação cobradas de aproximadamente US$ 60 bilhões em bens vindos dos EUA a partir de 1º de junho. O governo de Donald Trump já aplica um aumento de tarifas em US$ 200 bilhões de produtos chineses.
Além disso, a China ameaça restringir a exportação de metais de terras raras aos EUA. Isso inclui o neodímio e disprósio, usados em ímãs presentes em fones de ouvido, carros e outros bens de consumo; além do térbio, encontrado em lâmpadas fluorescentes e em dispositivos eletrônicos.
Essa política teria um impacto enorme, porque cerca de 80% dos metais de terra-rara usados nos EUA vêm da China. E seria difícil encontrar um fornecedor alternativo: o país é responsável por 95% da produção global.
“É inaceitável que um país queira usar produtos com metais de terras raras exportados da China para conter o desenvolvimento da China”, disse um porta-voz do Ministério do Comércio esta semana.
Ele também comentou o bloqueio comercial à Huawei: “espero que os EUA permaneçam racionais e corrijam essa abordagem perigosa”. O porta-voz diz ainda que a sanção foi feita “sem qualquer base em fatos”, e se opõe “firmemente ao uso do poder do Estado para reprimir empresas chinesas”.