Estados americanos processam a Meta por prejudicar a saúde mental de jovens

41 estados e a cidade de Washington acusam a empresa de ser omissa e complacente com práticas que prejudicam usuários mais jovens

Felipe Freitas
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Meta (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)
Processo acusa Meta de prejudicar a saúde mental de jovens americanos (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

A Meta começa a reta final do Halloween com essa história de terror: 41 estados e a cidade de Washington estão processando a empresa na Justiça dos Estados Unidos. O motivo da ação judicial são os possíveis problemas que as redes sociais da companhia podem causar nos usuários mais jovens. Em nota sobre o caso, a Meta se pronunciou informando que Instagram e Facebook contam com dezenas de ferramenta para proteger a saúde mental de adolescentes.

O maior processo, em número de autores, foi aberto na justiça da Califórnia. Neste documento, 33 estados se uniram contra as políticas da Meta. A nova batalha judicial parece um rebote das denúncias de Frances Haugen, ex-gerente de produto da companhia, que delatou práticas nocivas realizadas pela empresa em 2021. No mesmo período, foi revelado que a Meta, ainda sob o nome Facebook Inc., realizou uma pesquisa que comprovou os riscos das suas redes sociais à saúde mental de adolescentes.

Meta é processada nos EUA

Instagram (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)
Para autores do processo, ferramentas como Curtir são fatores que prejudicam a saúde mental dos usuários (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

No processo dos estados contra a Meta, há um trecho em que os autores afirmam que a companhia alterou a realidade psicológica e social de toda uma geração de jovens americanos. Os estados ainda acusam a Meta de incentivar comportamentos tóxicos ao lançar recursos como “Curtir” e falhar em remover conteúdos nocivos de ciberbullying e distúrbios alimentares.

Uma parte dessas acusações foi comprovada pela própria Meta na pesquisa sobre o risco do Instagram para a saúde mental de jovens. Por exemplo, em um dos pontos avaliados com meninas adolescentes, 32% responderam que usar a rede social faziam com que elas se sentissem pior em relação aos seus corpos.

Além disso, das 1200 entrevistadas, quase 70% responderam que o sinônimo de saúde mental é “ser feliz”. Essa resposta, um exemplo da positividade tóxica reflete um problema presente não apenas com adolescentes, mas em diversas faixas etárias.

Redes prejudiciais

O processo acusa a Meta de enganar o público sobre a prejudicialidade das suas redes sociais e promover um modelo de negócio que levou a uma crise de saúde mental — ponto que une a opinião de democratas e republicanos. Obviamente, o comportamento dos usuários, principalmente de influenciadores e suas vidas “perfeitas” tem impacto nisso.

Não é só a possível multa bilionária que será uma dor de cabeça para a Meta. Desde a delação de Haugen, governos de vários países e ativistas sociais passam a pressionar as empresas de redes sociais para tomarem atitudes mais firmes contra comportamentos mais tóxicos e promoção de boas práticas de saúde mental.

Com informações: The Verge

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Felipe Freitas

Felipe Freitas

Repórter

Felipe Freitas é jornalista graduado pela UFSC, interessado em tecnologia e suas aplicações para um mundo melhor. Na cobertura tech desde 2021 e micreiro desde 1998, quando seu pai trouxe um PC para casa pela primeira vez. Passou pelo Adrenaline/Mundo Conectado. Participou da confecção de reviews de smartphones e outros aparelhos.

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