França e Alemanha preparam app para rastrear casos de coronavírus

Países europeus pretendem rastrear casos de COVID-19 (coronavírus) por meio de aplicativos para celulares e wearables

Bruno Gall De Blasi
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
Coronavírus

A França e a Alemanha pretendem utilizar aplicativos próprios para rastrear casos de COVID-19, doença causada pelo novo coronavírus. O objetivo, segundo as autoridades, é de que os apps ajudem a coletar dados sobre a pandemia, a fim de auxiliar na prevenção e combate ao vírus.

A Alemanha já deu a largada no uso do celular para rastrear a doença. O Coronavirus-Datenspende, app anunciado na terça-feira (7) em parceria com a startup Tryve, é capaz de coletar dados de smartwatches e smartbands para verificar se os usuários apresentam sintomas da COVID-19.

O app é gratuito, de uso voluntário e já está disponível para download na Google Play Store e App Store. De acordo com a Reuters, as informações sobre a doença serão apresentadas em um mapa interativo, disponível publicamente na internet.

Já o aplicativo da França está em fase de desenvolvimento. A iniciativa foi anunciada pelos ministros Olivier Verán e Cédric O, responsáveis pela pastas de saúde e setor digital, respectivamente. Assim como o Coronavirus-Datenspende, o uso não será obrigatório.

Ainda não há data de lançamento para o app francês Stop Covid, que irá avisar ao usuário se ele cruzou com uma pessoa que tenha contraído a doença. À Le Monde, o ministro Cédric O também alerta para a possibilidade de o aplicativo sequer chegar à população, devido às dificuldades técnicas:

“Não temos certeza de que podemos superar todas as dificuldades técnicas porque o Bluetooth não foi projetado para medir a distância entre indivíduos. Decidiremos mais tarde se seria útil implementar esse aplicativo ou não”.

O governo francês também se comprometeu em seguir o protocolo Pan-European Privacy-Preserving Proximity Tracing (PEPP-PT). O projeto anunciado no começo de abril busca meios de utilizar a tecnologia no combate ao vírus sem violar a privacidade.

Ao todo, mais de 130 empresas e institutos de pesquisa de oito países europeus são signatários do projeto liderado pelo instituto alemão Fraunhofer Heinrich Hertz.

Mulheres com máscara na China (Foto: Felix Wong/SCMPO)

Mulheres com máscara na China (Foto: Felix Wong/SCMPO)

Privacidade em tempos de coronavírus (COVID-19)

A crítica em relação ao uso de ferramentas para rastrear a localização de pessoas devido ao coronavírus vem ganhando força nas últimas semanas. Além da coleta de dados, paira o medo de que governos mantenham as práticas de vigilância mesmo após a pandemia.

É neste contexto que pesquisadores do MIT desenvolveram o Private Kit, ainda em fase de testes. O aplicativo é capaz de identificar se o usuário cruzou com uma pessoa que contraiu o vírus e emitir uma notificação sobre. E tudo isso de forma anônima.

Agora, o aplicativo oferecerá ainda mais privacidade os usuários. Segundo os desenvolvedores, o Private Kit passará a utilizar conexões Bluetooth para rastrear a proximidade de outras pessoas, e alertar se o usuário esteve perto de alguém com a doença.

O protótipo do aplicativo já está disponível para download em celulares Android e iPhone.

Com informações: TechCrunch (1 e 2), Reuters, VentureBeat, PEPP-PT e PrivateKit

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Bruno Gall De Blasi

Bruno Gall De Blasi

Ex-autor

Bruno Gall De Blasi é jornalista e cobre tecnologia desde 2016. Sua paixão pelo assunto começou ainda na infância, quando descobriu "acidentalmente" que "FORMAT C:" apagava tudo. Antes de seguir carreira em comunicação, fez Ensino Médio Técnico em Mecatrônica com o sonho de virar engenheiro. Escreveu para o TechTudo e iHelpBR. No Tecnoblog, atuou como autor entre 2020 e 2023.

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