Testes mostram grandes diferenças entre Galaxy S9 com Snapdragon 845 e Exynos 9810
Galaxy S9 é equipado com processador da Qualcomm ou da Samsung, dependendo do país
Galaxy S9 é equipado com processador da Qualcomm ou da Samsung, dependendo do país
Diferente do que a Samsung costuma fazer, a versão brasileira do Galaxy S9 será equipada com o Snapdragon 845, da Qualcomm, em vez de trazer um processador próprio da sul-coreana. E os benchmarks mostram que há diferenças significativas entre os dois chips.
O Qualcomm Snapdragon 845 que equipa o Galaxy S9 nos Estados Unidos, China, Japão e Brasil tem quatro núcleos Kryo 385 Performance de até 2,8 GHz e mais quatro Kryo 385 Efficiency de 1,77 GHz. A GPU é uma Adreno 630, que trabalha a 710 MHz.
Enquanto isso, o Samsung Exynos 9810, que estará nos aparelhos vendidos no resto do mundo, possui quatro núcleos Exynos M3 de até 2,7 GHz (2,314 GHz quando dois núcleos estão ativados e 1,794 GHz com três ou quatro núcleos ativados) e quatro Cortex-A55 de 1,79 GHz, com uma GPU Mali-G72MP18 de 572 MHz.
Ambos os chips são fabricados pela Samsung em 10 nanômetros, mas os projetos são distintos. Tanto que, no Geekbench 4, que mede o desempenho bruto das CPUs, há uma diferença gritante: o Exynos 9810 atinge 3.734 pontos em single-core (inteiro), enquanto o Snapdragon 845 fica em 2.718 pontos. Os dois perdem do Apple A11 do iPhone X (4.630 pontos) e do A10 do iPhone 7 (4.007 pontos), mostra o AnandTech.
No entanto, em todos os benchmarks que tentam simular uma utilização mais próxima do real, o Exynos 9810 perde feio: em navegação na web no PCMark Work 2.0, por exemplo, ele atinge 5.450 pontos, contra 7.455 pontos do Snapdragon 845. Isso se repete em muitos outros testes. O que aconteceu?
Em resumo, o Exynos 9810 demora mais para atingir a velocidade máxima. O AnandTech explica que, em 65 milissegundos, o Snapdragon 845 migra uma tarefa dos núcleos econômicos (Efficiency) para os de alto desempenho (Performance) a 2,8 GHz. O Exynos 9810 leva o mesmo tempo, mas os núcleos Exynos M3 começam trabalhando a uma frequência de 650 a 741 MHz; eles só chegam a 2,7 GHz depois de 410 ms (!).
É como nos automóveis: talvez o carro A atinja velocidade máxima de 220 km/h e o B chegue a apenas 190 km/h, mas a aceleração de 0 a 100 km/h do A é de 10 segundos, enquanto o B faz em 7 segundos. O carro A deve se sair melhor em uma longa pista de corrida (benchmarks sintéticos), mas o B é mais ágil no anda e para dentro da cidade (uso real).
E quanto ao desempenho gráfico? Nesse caso, não há o que argumentar: a GPU Adreno 630 do processador da Qualcomm é significativamente superior, com média de 35,48 fps no GFXBench Manhattan 3.1, contra 26,9 fps da Mali-G72MP18. Na verdade, até o desempenho gráfico do Snapdragon 835, da geração passada, é melhor que o chip atual da Samsung na maioria das situações.
A conclusão do AnandTech é que “a variante com Exynos 9810, como evidenciado por todos os dados que coletamos, é a mais lenta dos dois”. O processador da Qualcomm também se deu melhor no consumo de bateria, mas os dados não são conclusivos, porque os chips estavam em modelos distintos (S9 e S9+), com baterias e tamanhos de tela diferentes.
A boa notícia é que o mercado brasileiro receberá a variante mais rápida do Galaxy S9. O aparelho será revelado oficialmente pela Samsung na manhã desta terça-feira (27), durante um evento em São Paulo. Nosso review completo também será publicado amanhã.