Google agora exige JavaScript para buscador funcionar no navegador

Se o JavaScript não estiver ativado no browser, as buscas no Google simplesmente não funcionam e um aviso para ativação é exibido pelo mecanismo

Emerson Alecrim
• Atualizado hoje às 17:55
Resumo
  • O Google começou a exigir que o JavaScript esteja ativado para que as buscas funcionem.
  • Caso o recurso esteja desativado, um aviso é exibido solicitando a ativação do JavaScript.
  • Segundo a empresa, a desativação impede o funcionamento de determinados recursos do buscador, afetando a qualidade das pesquisas.
  • Rumores sugerem que a mudança visa garantir a ativação de anúncios e rastreamento, além de bloquear ferramentas de terceiros que analisam tráfego para SEO.

Nos últimos dias, alguns usuários do Google notaram que o navegador passou a exigir que a execução de JavaScript esteja ativada para as pesquisas funcionarem. Até recentemente, o mecanismo de busca funcionava sem JavaScript. E nem é bug. O Google confirmou a mudança.

O assunto começou a ser discutido nas redes sociais e em comunidades como Hacker News. Fazendo um teste rápido com o Firefox aqui para o Tecnoblog, desativei o JavaScript no navegador e, voilà, eis que a busca foi bloqueada no Google.

O buscador exibiu então um aviso com os dizeres: “Ative o JavaScript para continuar pesquisando”. Ao lado, um complemento informava: “O JavaScript está desativado no seu navegador. Ative para continuar a pesquisa”. Na sequência, apareceram links que ensinam a ativar o JavaScript em browsers como Chrome, Edge, Safari e Opera.

A mensagem deixa claro que a exigência de JavaScript independe do navegador em uso.

Google confirma exigência de JavaScript

Em resposta a um questionamento feito pelo TechCrunch, o Google confirmou a exigência. De acordo com a companhia, a falta de JavaScript impede que determinados recursos do buscador funcionem corretamente, afetando a qualidade das pesquisas.

O representante do Google também informou que “ativar o JavaScript permite a nós melhorar a proteção de nossos serviços e usuários contra bots e formas avançadas de abuso e spam”. A empresa informou ainda que menos de 0,1% das pesquisas no Google eram feitas sem JavaScript.

A mudança não tem agradado a usuários mais avançados. O JavaScript é uma linguagem amplamente utilizada na web, para diversos fins, inclusive veiculação de anúncios contextualizados e rastreamento de hábitos de navegação. É justamente por isso que há quem restrinja o uso de JavaScript.

Outros fatores que pesam para essa decisão são preocupações com desempenho, segurança e tráfego. Não é raro scripts em JavaScript deixarem páginas pesadas, serem usados para fins maliciosos ou gerarem alto fluxo de dados.

Há muitos sites que não funcionam sem JavaScript, mas o Google não era um deles. Há até ferramentas que desabilitam a linguagem para permitir o uso do buscador sem rastreadores, anúncios e afins. Um deles é o Whoogle Search, cujos usuários já relatam que o projeto deixou de funcionar corretamente após a nova exigência do Google.

Qual a intenção do Google com a exigência?

Embora o Google afirme que a exigência de JavaScript vise melhorar a qualidade e a segurança das buscas, há quem desconfie de que a companhia tenha outras intenções.

É possível que o Google queira simplesmente evitar que os usuários usem o mecanismo de pesquisa sem que recursos de anúncios ou rastreamento estejam ativados.

Outra possibilidade, esta levantada pelo TechCrunch com base em uma postagem do Search Engine Roundtable, é a de que a mudança seja uma forma de habilitar mecanismos que bloqueiam a ação de ferramentas de terceiros que analisam tráfego e tendências de busca para fins de SEO (Search Engine Optimization).

Que fase a do Google.

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Foi reconhecido nas edições 2023 e 2024 do Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.