Google Bard é liberado em 180 países e agora também escreve códigos
Google I/O também tem anúncio de novo modelo de linguagem, chat na busca e ferramentas de inteligência artificial para Docs e Slides
Google I/O também tem anúncio de novo modelo de linguagem, chat na busca e ferramentas de inteligência artificial para Docs e Slides
O Google sempre aproveita o I/O para lançar aparelhos da linha Pixel, mas o evento também tem novidades de software. Neste ano, a empresa apresentou atualizações em suas inteligências artificiais, como o novo modelo PaLM 2. Além disso, mais ferramentas estarão disponíveis no chatbot Bard, na busca e nos apps de produtividade.
A principal notícia envolvendo o Bard é que o Google acabou com a lista de espera e liberou o chatbot em 180 países. Neles, porém, ele só entende inglês. Dois novos idiomas foram adicionados: japonês e coreano. Outros 40 devem ser liberados em breve.
Uma das novidades do Bard é a habilidade de escrever códigos em 20 linguagens de programação. Ele também ajuda a debugar e comentar.
Este ponto é importante. O ChatGPT, da OpenAI, tem um desempenho melhor que o chatbot do Google em questões envolvendo matemática, além de saber programar. Com a atualização, os dois robôs devem ficar em pé de igualdade.
O Bard também vai ficar mais visual. Ao pedir dicas de passeios em uma cidade que você vai visitar, ele mostrará fotos das sugestões.
O chatbot ainda terá uma conexão mais próxima a outros serviços do Google. Após pedir ajuda para escrever um código, vai dar para colocá-lo em um Google Docs ou enviá-lo por e-mail.
Já ao perguntar sobre universidades, é possível visualizá-las no Google Maps, ou colocá-las em uma tabela, e então exportá-las para o Google Sheets.
A conexão não estará limitada a produtos e serviços do Google. O Bard também vai conversar com ferramentas como Instacart e Wolfram. Em uma demonstração, o chatbot usou o Firefly, IA da Adobe para gerar ilustrações para uma festa infantil.
O PaLM 2 é a mais nova versão do modelo grande de linguagem do Google. Ele incluirá mais de cem idiomas e também será capaz de executar tarefas envolvendo códigos e operações matemáticas.
O Google trabalha com uma versão multimodal do modelo, chamada Gemini.
O PaLM 2 também tem uma versão médica chamada Med-PaLM, que é capaz de identificar problemas de saúde a partir de sintomas e dar instruções de cuidado.
Principal ferramenta do Google, a busca também contará com os poderes da inteligência artificial. Ela usará hábitos de navegação dos usuários para sugerir recomendações personalizadas, como compras e informações básicas. A ferramenta deve funcionar como uma conversa, seguindo o formato do Bing Chat.
Ao perguntar qual o melhor passeio para a família, por exemplo, a busca usa a IA para escrever um texto com a resposta. Na lateral, aparecem as fontes de informação.
O usuário também poderá perguntar o que deve considerar na hora de comprar uma bicicleta, por exemplo. Além de um texto gerado pela IA, a busca vai mostrar sugestões relacionadas com a solicitação feita.
Não para por aí. Outra demonstração foi pedir um quiz sobre sinais de mão para ciclistas na Califórnia. A busca gerou três perguntas com alternativas.
Quem também deve ganhar novidades é o Google Lens. A ferramenta receberá uma atualização no recurso que permite combinar voz e imagem para fazer buscas, apontando a câmera para um objeto e fazendo uma pergunta sobre ele.
As novidades da busca estarão no Search Labs. Elas serão disponibilizadas aos poucos para os usuários.
Sundar Pichai, CEO do Google, anunciou também novidades para outros apps do Google.
O Maps vai contar com um recurso chamado Immersive View, que mostra como é o caminho até o seu destino, com direito a qualidade do ar e previsões de trânsito e condições climáticas. Ele estará disponível para 15 cidades: Amsterdã, Berlim, Dublin, Florençe, Las Vegas, Londres, Los Angeles, Nova York, Miami, Paris, Seattle, San Francisco, San Jose, Tóquio e Veneza.
O Gmail terá um recurso chamado Help Me Write, que escreve respostas com pedidos simples. Pichai mostrou como exemplo um pedido de reembolso depois de um voo cancelado.
O Fotos terá ferramentas para apagar e editar imagens. Com o Magic Eraser, dá para circular um objeto que você quer remover. O Magic Editor consegue reposicionar objetos na imagem — a IA “completa” partes cortadas e preenche o fundo automaticamente. Estas ferramentas estarão disponíveis até o fim do ano.
A inteligência artificial não fica só no chatbot. Em março, o Google anunciou que o Gmail e o Docs passariam a contar com um assistente que usa esse tipo de tecnologia. Nesta quarta (10), a empresa mostrou um pouco mais do que está preparando.
Uma das demonstrações do Google no Docs mostrou um texto de ficção pela metade. O programa conta com um assistente chamado Sidekick, que fica em uma barra lateral. Ele consegue escrever uma sinopse e dar sugestões para continuar o enredo.
Já nos Slides, a inteligência artificial vai ajudar a adicionar ilustrações, a partir do que o usuário preferir, e criar textos para falar durante apresentações.
Além de todas as novidades para consumidores individuais, o Google também mostrou que o Google Cloud poderá ser usado por empresas e desenvolvedores para construir seus apps usando IA.
Usando essa plataforma, os negócios poderão conectar os modelos do Google a suas bases de dados, para criar ferramentas personalizadas para seus fluxos de trabalho.
Um exemplo é a rede de fast-food Wendy’s. Na terça-feira (9), ela anunciou que usará o PaLM para entender pedidos dos clientes. A inteligência artificial será empregada no drive-thru dos restaurantes.
O Google também aproveitou para mostrar algumas ferramentas que ainda estão engatinhando. Uma delas é o Tailwind, criado há algumas semanas por engenheiros.
O Tailwind cria um programa de estudos personalizado usando IA com base em arquivos do Docs. Você poderia colocar várias anotações, por exemplo, e ele destacaria os tópicos principais e ajudaria a resumir as ideias.