Huawei pode fazer negócios com empresas dos EUA, decide Trump
Huawei poderá ter acesso ao Android do Google e aos processadores da Intel e Qualcomm, beneficiando celulares e PCs
Huawei poderá ter acesso ao Android do Google e aos processadores da Intel e Qualcomm, beneficiando celulares e PCs
O presidente americano Donald Trump disse neste final de semana que as empresas dos EUA poderão voltar a fazer negócios com a Huawei nos casos em que não houver risco à segurança nacional: isso pode liberar acesso ao Android do Google, aos processadores da Intel e aos chips da Qualcomm, beneficiando celulares e PCs; no entanto, a chinesa ainda deve encontrar restrições em equipamentos de rede móvel e 5G.
“Empresas dos EUA podem vender seus equipamentos para a Huawei. Estamos falando de equipamentos nos quais não há grandes problemas de segurança nacional”, disse Trump em entrevista coletiva após a cúpula do G-20 em Osaka, Japão. “Eu disse que OK, continuaremos a vender esses produtos, trata-se de empresas americanas que fabricam esses produtos.”
Na coletiva, Trump apontou que as empresas dos EUA vendem “uma quantidade enorme” de produtos para a Huawei, e algumas “não estavam exatamente felizes por não poderem vender” para a chinesa.
A Huawei ainda está na lista negra do Departamento de Comércio dos EUA, chamada de Entity List: ela impede que a chinesa faça negócios com empresas americanas a menos que haja aprovação explícita do governo. Trump avisou que haverá uma reunião na terça-feira (2) para discutir modificações nessa lista.
Larry Kudlow, chefe do Conselho Econômico Nacional da Casa Branca, disse que a Huawei ainda é vista como possível ameaça à segurança nacional dos EUA. As empresas americanas de microchips “estão vendendo produtos que estão amplamente disponíveis em outros países… Isso não é uma anistia geral… As preocupações com a segurança nacional continuarão sendo primordiais”, ele explicou ao Fox News Sunday.
Ou seja, a Intel e a Qualcomm provavelmente estarão liberadas para vender seus processadores à Huawei. Empresas de software, tal como Google e Microsoft, também poderiam oferecer o Android e o Windows sem muitos problemas. No entanto, tecnologias que possam servir como meio de espionagem — como redes 5G — podem continuar restritas.
Ainda assim, alguns políticos dos EUA não gostaram da decisão de Trump. “Caso o presidente tenha se desfeito das restrições recentes à Huawei, então teremos que colocar essas restrições de volta através de uma lei, e elas será aprovada com maioria imune a veto”, disse o senador republicano Marco Rubio no Twitter.
Nos EUA, uma lei vetada pelo presidente pode ser sancionada mesmo assim caso ela receba pelo menos dois terços de aprovação na Câmara e no Senado. O Congresso fez isso em menos de 10% dos vetos presidenciais na história do país.
O senador democrata Chuck Schumer também se opôs ao acordo de Trump. “A Huawei é uma das poucas moedas de troca potentes que temos para fazer a China jogar de forma justa no comércio. Se o presidente recuar, como parece estar fazendo, isso diminuirá drasticamente nossa capacidade de mudar as práticas desleais de comércio da China”, disse ele no Twitter.
Trump fez uma reunião com o presidente Xi Jinping e concordou em fazer uma pausa na guerra comercial entre os dois países. Os EUA adiaram indefinidamente as tarifas adicionais sobre produtos chineses, enquanto a China se comprometeu a adquirir grandes quantidades de produtos agrícolas americanos.
Com informações: Engadget, TechCrunch.