Huawei não desistiu do Brasil e quer trazer celulares top de linha
Huawei fabricou celulares no Brasil mas vendas foram fracas; acordo com Positivo para importar celulares da China foi desfeito
Huawei fabricou celulares no Brasil mas vendas foram fracas; acordo com Positivo para importar celulares da China foi desfeito
A Huawei ainda não desistiu de lançar celulares no Brasil. Sim, o acordo com a Positivo foi cancelado no ano passado, mas a chinesa quer trazer seus smartphones top de linha ao país. Ela tem o objetivo de ultrapassar Samsung e Apple para se tornar a maior fabricante do mundo em vendas. Será que agora vai?
Ao Mobile Time, a Huawei conta que vem realizando pesquisas semanais para entender os hábitos dos consumidores no Brasil. “De acordo com as pesquisas, sabemos que o brasileiro ama tecnologia e entende que os últimos lançamentos são o que há de melhor”, diz Gleice Rodrigues, chefe de relações públicas da Huawei Brasil. “Por isso, devemos levar os tops do nosso portfólio.”
Quais tops de linha poderiam vir ao país? Será que teremos modelos da geração atual, como o Mate 20 Pro, que possui uma das melhores câmeras do mercado segundo o DxOMark? Ou seria um modelo mais acessível, como o Nova 4 com furo na tela e câmera de 48 megapixels?
Por enquanto, os detalhes são escassos. A empresa ainda não diz quais celulares pensa em trazer ao país, nem quando isso deve acontecer.
A Huawei fabricou alguns celulares no Brasil entre 2013 e 2014, mas nunca obteve um nível aceitável de vendas para se manter no país. No ano passado, ela fechou uma parceria com a Positivo, que ficaria responsável pela distribuição, vendas, marketing e suporte técnico; os aparelhos seriam importados da China. O acordo foi desfeito em dezembro.
Para a Huawei, sua ausência no mercado brasileiro é um “calcanhar de Aquiles”. Ela insiste no país para alcançar sua meta de liderar o mercado global de smartphones até 2020. A fabricante chegou ao terceiro lugar em 2018, atrás da Samsung e Apple, ultrapassando a marca das 200 milhões de unidades vendidas.
O mercado brasileiro tem muitas peculiaridades. Uma delas está no protecionismo: o imposto de importação é alto para estimular a montagem dentro do país. Isso privilegia empresas que têm fábricas nacionais (como a Samsung) ou que têm parceiros locais (como Motorola e Flextronics).
No entanto, para investir em uma fábrica, a empresa precisa ter garantia de que venderá uma quantidade mínima de celulares. Também é necessário arcar com custos de marketing, mas é difícil disputar espaço com as marcas mais estabelecidas, que já têm bom relacionamento de anos com as varejistas e as operadoras.
Ainda assim, algumas empresas vêm se arriscando no Brasil, mesmo que em escala reduzida. A Meizu vende seus celulares no Brasil através da Vi; a Blu mantém parceria com a NoteTec para oferecer suporte local e assistência técnica; e a DL promete lançar celulares da Xiaomi em breve.