Samsung, Apple, Huawei e Xiaomi lideram venda de smartphones em 2018
Vendas globais caíram 4,1% em 2018, segundo IDC; Samsung e Apple venderam menos, enquanto Huawei e Xiaomi cresceram
Vendas globais caíram 4,1% em 2018, segundo IDC; Samsung e Apple venderam menos, enquanto Huawei e Xiaomi cresceram
A venda de smartphones caiu 4,1% ao redor do mundo em 2018, segundo a consultoria IDC, e devem sofrer queda novamente este ano. As pessoas estão demorando mais para trocar de celular, e os preços mais altos não ajudam. No entanto, nem toda fabricante foi impactada da mesma forma: Samsung e Apple venderam menos aparelhos, enquanto Huawei e Xiaomi tiveram forte crescimento.
O volume global de smartphones vendidos em 2018 foi de 1,4 bilhão. Ryan Reith, analista da IDC, menciona em comunicado alguns fatores que contribuíram para a queda nas vendas. Ele diz que há uma “crescente frustração do consumidor em torno do aumento contínuo dos preços”. Além disso, o ciclo para trocar de celular se tornou mais longo: as pessoas preferem continuar com um aparelho antigo a investir em um novo.
A China sofreu queda de 10% nas vendas, o que ajudou a derrubar o resultado global; ela é responsável por cerca de 30% do consumo mundial de smartphones. “Fora alguns mercados de alto crescimento como Índia, Indonésia, Coréia e Vietnã, não vimos muita atividade positiva em 2018”, conta Reith.
Anthony Scarsella, gerente de pesquisa da IDC, acredita que dispositivos 5G e celulares dobráveis podem dar um ânimo nas vendas de 2019. No entanto, eles adotam tecnologias de ponta em componentes como tela, modem e chipset, “o que se traduzirá em preços mais altos para os consumidores”.
A Samsung está em primeiro lugar com 292 milhões de smartphones vendidos, queda de 8% em relação ao ano anterior. Ela divulgou seu resultado financeiro nesta semana: o lucro anual com celulares caiu em um terço.
A empresa sofreu maior concorrência de fabricantes chinesas, e alguns lançamentos — como o Galaxy S9 — tiveram desempenho abaixo do esperado. Ela espera reverter isso com o Galaxy S10, celulares dobráveis e dispositivos 5G.
A Apple está em segundo lugar com 209 milhões de iPhones vendidos, queda de 3% em relação ao ano anterior. O CEO Tim Cook diz que as vendas caíram devido ao dólar forte, que deixou seus aparelhos muito caros na China e em outros países emergentes. Por isso, a empresa planeja ajustar os preços localmente, deixando-os mais próximos aos de 2017.
Cook também culpa o programa de substituição de baterias, que acabou estendendo o ciclo de troca: os clientes preferiam continuar com o iPhone antigo porque ele voltava a ter um bom desempenho.
A Huawei está em terceiro lugar com 206 milhões de unidades vendidas, aumento de quase 34%. Segundo a IDC, o bom resultado se deve ao sucesso crescente da linha Honor, que representa quase metade do volume total. A chinesa também lançou o Mate 20 Pro e P20 Pro com câmera tripla, que lideram o ranking do DxOMark.
No entanto, a empresa está sob forte escrutínio. Ela foi acusada formalmente de fraude pelo governo americano; a diretora financeira Meng Wanzhou foi presa, também sob acusação de fraude; enquanto outro executivo foi preso por realizar espionagem para a China. Aliados dos EUA, como Austrália, Canadá e Reino Unido, cogitam deixar de usar produtos da Huawei.
A Xiaomi está em quarto lugar com 123 milhões de smartphones vendidos, alta de 32%. Ela concentra a maior parte de seus negócios na China, Índia e Indonésia, mas vem obtendo bons resultados na Europa Ocidental — principalmente na Espanha, segundo a IDC.
A linha Redmi — que se tornou uma marca independente da Xiaomi — é bastante popular em mercados emergentes. Enquanto isso, os modelos Mi Mix, Mi Max e Mi Pro vêm se tornando ainda mais competitivos. Há também o Pocophone P1 com ótimo custo-benefício.
A Oppo está em quinto lugar com 113 milhões de smartphones vendidos, alta de 1,3%. Ela é mais atuante na China, Índia e Indonésia. No ano passado, ela lançou o Find X com câmera retrátil e tela sem notch; e o R17 Pro com câmera tripla e leitor de digitais sob a tela. Para 2019, ela planeja celulares dobráveis, modelos com 5G e câmeras com zoom óptico de 10x.
A Vivo está em sexto lugar, e por isso não aparece no ranking; a IDC não diz quantos celulares foram vendidos. A chinesa é conhecida por designs mais ousados, como o NEX 2 com duas telas e três câmeras; e o NEX com câmera frontal retrátil.
Há, então, a categoria “outras” que engloba fabricantes como LG, Motorola, Asus, OnePlus e Sony. Somadas, elas sofreram queda de 19% nas vendas.
Com informações: IDC.