Espere uma nova geração de notebooks (até que enfim) com o Projeto Athena
Intel quer incentivar fabricantes a produzirem laptops com 5G, mais autonomia e inteligência artificial
Intel quer incentivar fabricantes a produzirem laptops com 5G, mais autonomia e inteligência artificial
Direto de Las Vegas — Lembra dos ultrabooks? Eles são mais conhecidos como uma categoria de notebooks leves, finos e com mais bateria, mas na verdade faziam parte de um programa da Intel para incentivar as fabricantes a lançarem novos formatos de laptops. Quem atendesse às especificações definidas pela Intel (que ficavam mais rigorosas a cada ano) podia colar a tal etiqueta de ultrabook em seus produtos.
Então, quase dez anos depois, teremos algo parecido: o Projeto Athena. De acordo com a Intel, trata-se de um “programa de inovação que define e visa ajudar a trazer ao mercado uma nova categoria de laptops avançados”. Basicamente, esses notebooks terão bateria e conectividade como principais pilares (qualquer semelhança com um anúncio recente da Qualcomm não é mera coincidência).
Entre os requisitos para fazer parte do Projeto Athena estão a duração de bateria de um dia inteiro, para dar ao usuário a “confiança para deixar o carregador em casa”; além de uma plataforma que permita manter a máquina “sempre conectada de forma rápida e confiável”, o que se traduz em laptops com conexão 5G. A Intel ainda não divulgou as especificações exatas; a concorrência anda prometendo até 25 horas de autonomia.
E o que mais? Inteligência artificial, para “auxiliar, filtrar, adaptar e otimizar proativamente o sistema”; ficar “pronto para usar antes de você”, o que indica um modo de espera mais inteligente no sistema operacional (baixando e-mails e notificações mesmo enquanto a tampa do notebook está fechada, por exemplo); e mais “desempenho e responsividade” (espero que os discos rígidos sejam proibidos).
Assim como nos ultrabooks, as especificações ficarão mais rigorosas a cada ano; as empresas participarão de um ecossistema para acelerar o desenvolvimento de novos componentes para notebooks; e os produtos passarão por um processo de certificação para se enquadrarem no Projeto Athena.
Os primeiros notebooks serão lançados a partir do segundo semestre, com os sistemas operacionais Windows ou Chrome OS. No palco, a Dell mostrou um protótipo baseado no XPS 13 que está sendo desenvolvido para o Projeto Athena, sem revelar detalhes. Além dela, fabricantes como Acer, Asus, Google, Lenovo, Microsoft e Samsung estão embarcando na iniciativa.
Ok, mas como a Intel vai ajudar a fazer esses tais notebooks? Uma das possibilidades é com o que foi oficialmente batizado nesta segunda-feira (7) de Lakefield. É esta placa-mãe minúscula, do tamanho de cinco moedas:
O Lakefield é uma plataforma híbrida, que lembra muito os chips para smartphones de hoje. Ele é penta-core: existe um núcleo de alta performance, baseado na arquitetura Sunny Cove de 10 nanômetros, e quatro de baixo consumo energético, os mesmos utilizados nos Intel Atom. Tarefas mais pesadas ficam com o Sunny Cove, enquanto os cores econômicos dão conta de manter tudo funcionando por mais tempo.
A placa-mãe também acompanha chip gráfico e interfaces de memória. Como ela é bem compacta, permite que as fabricantes a utilizem em notebooks mais leves, finos e, principalmente, com mais bateria (justamente um dos pilares do Projeto Athena).
A plataforma começará a ser produzida para todas as fabricantes interessadas “este ano”.
Paulo Higa viajou para Las Vegas a convite da Intel.