Internet Starlink já é oficial no Brasil, mas não cobre todo o país

Mapa da Starlink mostra que internet por satélite já está disponível em 32 países, incluindo partes do Sul e Sudeste do Brasil

Emerson Alecrim
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• Atualizado há 3 meses
Antena Starlink (imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)
Antena Starlink (imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Se você anseia por acessar a internet por meio dos satélites Starlink, chegou o seu momento. Nesta semana, a SpaceX atualizou o mapa de disponibilidade do serviço. O Brasil está, oficialmente, entre os países atendidos. Melhor dizendo, uma parte do Brasil está. Mas esse não deixa de ser um bom começo.

Com a atualização, o serviço de internet da Starlink passa a estar disponível oficialmente em 32 países. No Brasil, a cobertura atual envolve grande parte de Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro, além de algumas áreas de Minas Gerais.

O Rio Grande do Sul aparece com cobertura prevista para o final deste semestre. No Espírito Santo e em cidades ao norte de Minais Gerais, incluindo Montes Claros, a previsão é a de que a rede Starlink esteja disponível até o fim de 2022.

Partes do Paraná, a exemplo de Cascavel e Maringá, têm previsão para o primeiro trimestre de 2023. O mesmo vale para cidades como Presidente Prudente e Araçatuba, em São Paulo.

Para as demais regiões do Brasil, a SpaceX indica que o serviço começará a ser oferecido no primeiro trimestre de 2023. Trata-se uma previsão um tanto vaga, na verdade. É como se a empresa estivesse dizendo que essas áreas estão nos planos para um futuro próximo, mas ainda não há uma previsão consolidada para elas.

Tem, mas custa caro

É claro que dizer “anseia” no início do texto foi apenas uma abordagem descontraída, pois o serviço não é barato por aqui.

Uma simulação para contratação na cidade de São Paulo, por exemplo, mostra que o kit de instalação (com antena) sai por R$ 3.000 mais R$ 365 de frete. Já a mensalidade cobrada pela Starlink fica em R$ 530. E olha que esses valores não incluem impostos.

De todo modo, vale relembrar que a rede Starlink tem como foco regiões que não são bem atendidas por serviços de telecomunicações tradicionais, a exemplo de áreas rurais ou afastadas de grandes centros urbanos.

O início das operações no Brasil, ainda que apenas em uma parte do território, era questão de tempo. Prova recente disso está na homologação da antena da Starlink pela Anatel.

Note, porém, que essa aprovação é válida para a antena de primeira geração. A antena de segunda geração, com formato retangular e dimensões menores, ainda não foi homologada para uso em território nacional (e sabe-se lá quando será).

Antena Starlink (imagem: imgur/Wandering-coder)
Antena Starlink de primeira geração (imagem: imgur/Wandering-coder)

Sem nenhuma surpresa, os Estados Unidos têm a maior cobertura da rede Starlink atualmente. Apesar disso, ainda há vários pontos do país marcados com disponibilidade “até 2023”.

Alguns países da Europa, a exemplo de Portugal, Espanha, França, Alemanha e Reino Unido, têm cobertura territorial praticamente integral.

Mapa de disponibilidade da rede Starlink (imagem: reprodução/Starlink)
Mapa de disponibilidade da rede Starlink (imagem: reprodução/Starlink)

Mas, sim, a SpaceX quer dominar o mundo. Na África, Ásia Oriental e partes da Europa, por exemplo, o serviço ainda não é oferecido, mas essas regiões também aparecem com previsão para 2023.

Somente territórios com restrições políticas é que estão fora do radar da companhia de Elon Musk, como Rússia, China e Afeganistão.

Quanto ao Brasil, me agrada saber que a cobertura total está prevista para os próximos meses. Isso porque, gigante que é, o país tem várias lacunas em sua infraestrutura de telecomunicações.

Por outro lado, não dá para negar que a expansão da rede Starlink vem acompanhada de possíveis “efeitos colaterais”. Astrônomos têm reclamado, por exemplo, de os satélites do serviço atrapalharem atividades de observação espacial.

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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