Inventor do USB explica por que o conector tradicional não é reversível
Na década de 1990, criar um conector USB conversível aumentaria custos de implementação
Na década de 1990, criar um conector USB conversível aumentaria custos de implementação
Quem nunca perdeu preciosos segundos da vida tentando acertar o lado certo da porta USB que atire o primeiro mouse. A “culpa” é de Ajay Bhatt, um dos projetistas responsáveis pelo conector. Em entrevista à NPR, ele lamentou os aborrecimentos que as portas USB tradicionais causam, mas também explicou que há uma boa razão para isso.
Nos anos 1990, Bhatt liderou a equipe da Intel responsável pela criação do USB. Eles tiveram grande êxito nesse projeto, afinal, conseguiram fazer a tecnologia ser amplamente adotada pela indústria e, ao mesmo tempo, facilitar a vida do usuário com um padrão de conexão compatível com uma enormidade de dispositivos.
O único problema é que o conector tradicional (USB tipo A) frequentemente testa a paciência: você tenta encaixá-lo de um lado, mas não consegue; aí tenta do outro lado e, bom, às vezes falha de novo, mesmo que só existam um lado certo e um errado. Não é não é à toa que o USB sempre rendeu bons memes:
Can’t they make these work no matter which way you plug them in? pic.twitter.com/FCaiFWKMq8
— George Takei (@GeorgeTakei) 15 de agosto de 2014
Bhatt sabia da falta de reversibilidade desde o começo, mas diz que essa limitação foi inevitável: na época, fazer um conector reversível exigiria elevar a quantidade de circuitos e fios dos conectores, o que levaria a um aumento considerável de custos.
A equipe cogitou implementar um conector redondo, mas também havia chances de problemas aqui. Um exemplo vem dos antigos conectores PS/2 para teclado e mouse. Eles tinham formato circular, mas muita gente entortava os pinos por não encaixá-los na posição correta.
Como você deve saber, a resposta para a limitação do USB só surgiu em 2014, com a apresentação do USB-C, conector que, além de compacto, é reversível. Mas essa é uma solução para o longo prazo: o USB tipo A é tão difundido que está longe de ser abandonado pela indústria.
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