iPhone 14 se comunica por satélites, mas a Starlink promete uma solução melhor
Solução da Apple serve apenas para socorro e emergências, enquanto Starlink e T-Mobile prometem SMS e aplicativos de mensagem
Solução da Apple serve apenas para socorro e emergências, enquanto Starlink e T-Mobile prometem SMS e aplicativos de mensagem
A Apple anunciou a linha iPhone 14 com compatibilidade de comunicação via satélite. Alguns esperavam um serviço completo de comunicação, mas a novidade restringe o envio de mensagens pré-determinadas em emergências. A Starlink, do empresário Elon Musk, promete uma solução mais elegante que permite outros usos em smartphones além de pedidos de socorro.
O novo serviço do iPhone 14 utiliza infraestrutura da Globalstar, uma empresa de longa data no mercado de satélite. Ela tem operações inclusive no Brasil — com planos nada baratos — e cobertura que alcança locais onde nenhuma operadora terrestre atua.
Os celulares e demais aparelhos da Globalstar são enormes, mas a Apple conseguiu a proeza de colocar a tecnologia — ou parte dela — no iPhone 14. O smartphone é compatível as bandas S (2,5 GHz) e L (1,6 GHz) para se conectar aos satélites da companhia.
Para a Globalstar, parece ser um bom negócio: a conectividade via satélite finalmente chega a smartphones comuns, e isso pode fortalecer o caixa da empresa que já esteve a beira da falência. Ao Fierce Wireless, o analista Tim Farrar estima que a companhia pode triplicar a receita e tornar o negócio mais sustentável.
É legal ter cobertura celular em locais onde as redes móveis terrestres não chega. O grande problema é que o serviço da Apple será bem restrito: o iPhone 14 só utilizará os satélites para compartilhar a localização no Find My e enviar mensagens de emergência pré-determinadas.
Ao contrário de outros dispositivos da Globalstar, não será possível ligar ou enviar mensagens personalizadas pelo serviço fornecido em parceria com a Apple. Essa limitação ocorre porque a comunicação satelital é cara e possui largura de banda limitada.
Durante a apresentação, a Apple informou que as mensagens pré-determinadas são compactadas ao máximo para agilizar o envio. Em céu claro, o alerta de SOS leva 15 segundos para ser enviado; caso existam nuvens, a entrega pode demorar alguns minutos.
O serviço próprio da Globalstar até permite o envio de texto personalizado, mas custa caro: o plano básico do Spot X custa R$ 109,90 mensais e inclui 20 mensagens por mês; cada mensagem adicional custa R$ 1.
A Starlink anunciou sua solução de cobertura móvel alguns dias antes do lançamento do iPhone 14. Se tudo funcionar como prometido, o serviço da companhia de Elon Musk será mais interessante.
Uma parceria foi firmada com a operadora móvel americana T-Mobile. Ela cedeu o uso de parte do espectro de celular para a Starlink, e smartphones comuns poderão se conectar aos satélites de baixa órbita nos locais onde não existe uma rede terrestre.
A parceria entre Starlink e T-Mobile pode resolver o problema da falta de cobertura em locais remotos de forma melhor que a solução da Apple: o serviço será compatível com SMS e aplicativos de mensagem, o que poderia habilitar o uso do WhatsApp ou iMessage, por exemplo. As companhias também planejam liberar chamadas de voz e internet móvel num futuro.
Outra vantagem é que a T-Mobile não cobrará mais caro pelo uso extra da cobertura via satélite: basta ser cliente da operadora para conseguir o acesso. O serviço da Apple será gratuito apenas durante os primeiros dois anos, e os preços após o período não foram divulgados.
O problema é que a solução da Starlink ainda deve demorar um pouco para acontecer. Uma versão beta da conectividade com a T-Mobile deve ser iniciada somente no final de 2023, enquanto o SOS de emergência do iPhone 14 estará disponível a partir de novembro de 2022 nos Estados Unidos e Canadá.
Com informações: T-Mobile
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