Leilão de frequências do 5G pode ser adiado para final de 2020
Alterações de conselheiro da Anatel mudam completamente o leilão de 5G, o que pode desestimular investidores
Alterações de conselheiro da Anatel mudam completamente o leilão de 5G, o que pode desestimular investidores
O leilão de frequências de 5G estava previsto para acontecer no mês de março de 2020. Então, o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) avaliou que haveria um atraso, empurrando o prazo para o segundo semestre por conta de interferências com TV aberta via satélite. Agora, alterações de um conselheiro da Anatel devem postergar a licitação para o final do ano que vem.
De acordo com o TeleSíntese, o conselheiro Vicente Aquino propôs uma série de alterações no edital do leilão, entre elas:
As mudanças alteram integralmente a proposta do leilão de 5G, dificultando todo o processo de arremate. Um grande exemplo é a fragmentação de blocos nas frequências de 2,3 GHz em diante: já contando com a redução, a faixa de 26 GHz teria 1.600 MHz de espectro que seriam divididos em 160 blocos de 10 MHz.
Com profundas alterações, o conselheiro Emmanoel Campelo pediu vistas do processo para fazer diligências. Depois de passar por consulta pública, o texto do edital de licitação será submetido para análise técnica da Anatel, além de um parecer da Procuradoria Federal Especializada.
O TeleSíntese prevê que, caso a consulta pública seja aberta em dezembro e concluída até o final de fevereiro, o texto do edital poderá ficar até seis meses sob avaliação do Tribunal de Contas da União, além de nova análise da área técnica e parecer da procuradoria federal.
Com mudanças tão profundas, o leilão pode desestimular os investidores, que já não estão muito animados com o 5G: a Claro não deve ampliar investimentos para a nova tecnologia na América Latina, enquanto Vivo e Oi não têm pressa. No exterior, as operadoras estão enfrentando uma série de dificuldades com a tecnologia, principalmente em relação à cobertura com frequências milimétricas (mmWave).
Um estudo recente da fornecedora de rede Ericsson aponta que o governo deixará de arrecadar R$ 25 bilhões em impostos caso o leilão se atrase para 2021.
Com informações: TeleSíntese.