5G nos EUA chega a 600 Mb/s, mas não é fácil de achar

Motorola Moto Z3 é compatível com rede móvel 5G da Verizon, que ainda está em poucas áreas

Paulo Higa
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• Atualizado há 11 meses
Moto Z3 com 5G

Além da Coreia do Sul, os Estados Unidos ativaram suas primeiras redes 5G para celulares. A operadora Verizon começou a fornecer o serviço em regiões selecionadas das cidades de Chicago e Mineápolis para clientes com o Motorola Moto Z3, o primeiro aparelho compatível com a tecnologia no país. Os testes iniciais mostram que é possível chegar a 600 Mb/s, se você encontrar o sinal.

Como toda nova tecnologia de rede móvel, o 5G da Verizon ainda é bem restrito — mas parece pior do que as expectativas. O The Verge comenta: “Parece frustrantemente aleatório em Chicago. Ele é centrado em torno das atrações da cidade e áreas de alta densidade, mas é inconsistente mesmo nelas. O 5G está aqui em uma quadra e foi embora na próxima”.

O Engadget acrescenta que a forma como o 5G foi implementado no Moto Z3 dificulta a procura pelo sinal. “Da forma como o sistema da Verizon está configurado, o logotipo do 5G UWB só aparece quando o Snap está conectado à rede e utilizando-a ativamente”, diz o site. Isso é um problema porque, se você quiser baixar um arquivo grande, provavelmente faria isso pelo 5G, mas não há como saber facilmente se ele está ali.

Verizon 5G

Essa inconsistência pode estar relacionada à frequência utilizada pela Verizon: nas ondas milimétricas de 28 GHz, é possível atingir maiores velocidades e ampliar a capacidade de rede, mas a penetração do sinal é necessariamente menor. Mesmo um painel de vidro em uma cafeteria foi suficiente para impedir que o mmWave chegasse de forma estável ao aparelho.

A concorrência ironizou o lançamento da Verizon. O CTO da T-Mobile, Neville Ray, parabenizou a operadora pela “caça ao tesouro” do 5G mmWave, dizendo que é preciso ter US$ 10 extra por mês, um mapa de 5G inexistente, nada de paredes, árvores, prédios e janelas, além de muita sorte.

Mas, quando o 5G surge, as velocidades não são ruins. Os testes mostram taxas de download entre 400 e 600 megabits por segundo, e uploads não tão impressionantes de 15 a 25 Mb/s. A latência não é a oitava maravilha do mundo na Verizon, ficando por volta dos 30 milissegundos no Speedtest — basta lembrar que as operadoras no Brasil conseguem resultados abaixo dos 20 ms no 4G.

5G da Verizon (Foto: Engadget)

A operadora promete velocidades de até 1 Gb/s, mas nenhum teste chegou perto desse valor, mesmo com poucas pessoas utilizando a rede. Ainda assim, é um avanço suficiente para notar diferença no dia a dia: o Engadget diz que as páginas carregam de forma notavelmente mais rápida que no 5GE da AT&T (um 4G disfarçado), e que navegar por vídeos em 1080p60 no YouTube leva bem menos tempo.

No Brasil, o 5G deverá começar a desembarcar em março de 2020, quando a Anatel fará um leilão de frequências de 700 MHz, 2,3 GHz e 2,5 GHz. As operadoras Claro, Vivo e Oi disseram não ter pressa e nem intenção de fazer uma corrida com a tecnologia, uma vez que o custo de implementação é alto — devido as frequências utilizadas — e é difícil prever a rentabilidade.

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Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

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