5G nos EUA chega a 600 Mb/s, mas não é fácil de achar
Motorola Moto Z3 é compatível com rede móvel 5G da Verizon, que ainda está em poucas áreas
Motorola Moto Z3 é compatível com rede móvel 5G da Verizon, que ainda está em poucas áreas
Além da Coreia do Sul, os Estados Unidos ativaram suas primeiras redes 5G para celulares. A operadora Verizon começou a fornecer o serviço em regiões selecionadas das cidades de Chicago e Mineápolis para clientes com o Motorola Moto Z3, o primeiro aparelho compatível com a tecnologia no país. Os testes iniciais mostram que é possível chegar a 600 Mb/s, se você encontrar o sinal.
Como toda nova tecnologia de rede móvel, o 5G da Verizon ainda é bem restrito — mas parece pior do que as expectativas. O The Verge comenta: “Parece frustrantemente aleatório em Chicago. Ele é centrado em torno das atrações da cidade e áreas de alta densidade, mas é inconsistente mesmo nelas. O 5G está aqui em uma quadra e foi embora na próxima”.
O Engadget acrescenta que a forma como o 5G foi implementado no Moto Z3 dificulta a procura pelo sinal. “Da forma como o sistema da Verizon está configurado, o logotipo do 5G UWB só aparece quando o Snap está conectado à rede e utilizando-a ativamente”, diz o site. Isso é um problema porque, se você quiser baixar um arquivo grande, provavelmente faria isso pelo 5G, mas não há como saber facilmente se ele está ali.
Essa inconsistência pode estar relacionada à frequência utilizada pela Verizon: nas ondas milimétricas de 28 GHz, é possível atingir maiores velocidades e ampliar a capacidade de rede, mas a penetração do sinal é necessariamente menor. Mesmo um painel de vidro em uma cafeteria foi suficiente para impedir que o mmWave chegasse de forma estável ao aparelho.
A concorrência ironizou o lançamento da Verizon. O CTO da T-Mobile, Neville Ray, parabenizou a operadora pela “caça ao tesouro” do 5G mmWave, dizendo que é preciso ter US$ 10 extra por mês, um mapa de 5G inexistente, nada de paredes, árvores, prédios e janelas, além de muita sorte.
Mas, quando o 5G surge, as velocidades não são ruins. Os testes mostram taxas de download entre 400 e 600 megabits por segundo, e uploads não tão impressionantes de 15 a 25 Mb/s. A latência não é a oitava maravilha do mundo na Verizon, ficando por volta dos 30 milissegundos no Speedtest — basta lembrar que as operadoras no Brasil conseguem resultados abaixo dos 20 ms no 4G.
A operadora promete velocidades de até 1 Gb/s, mas nenhum teste chegou perto desse valor, mesmo com poucas pessoas utilizando a rede. Ainda assim, é um avanço suficiente para notar diferença no dia a dia: o Engadget diz que as páginas carregam de forma notavelmente mais rápida que no 5GE da AT&T (um 4G disfarçado), e que navegar por vídeos em 1080p60 no YouTube leva bem menos tempo.
No Brasil, o 5G deverá começar a desembarcar em março de 2020, quando a Anatel fará um leilão de frequências de 700 MHz, 2,3 GHz e 2,5 GHz. As operadoras Claro, Vivo e Oi disseram não ter pressa e nem intenção de fazer uma corrida com a tecnologia, uma vez que o custo de implementação é alto — devido as frequências utilizadas — e é difícil prever a rentabilidade.
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