Mais outro tribunal é vítima de hackers no Brasil; PF investiga invasão
Tribunal Regional Federal da 3ª Região está com vários serviços indisponíveis após ataque hacker realizado no final de março
O site do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3) exibia, pelo menos até a manhã desta segunda-feira (4), um aviso de suspensão de prazos para processos físicos e eletrônicos. O motivo? Um ataque hacker detectado em 30 de março vem afetando, desde então, os serviços da corte. E não é a primeira vez que isso acontece.
- Lapsus$ faz mais uma vítima e vaza 70 GB da Globant, gigante do software
- Como uma senha pode ser descoberta por hackers
Em comunicado divulgado nas redes sociais e em seu site, o TRF3 relata que o ataque tornou seus sistemas indisponíveis, mas que não houve comprometimento dos dados armazenados em seus servidores.
Na mesma nota, o tribunal informa que a sua Secretaria de Tecnologia da Informação identificou o tipo de ataque sofrido, embora não tenha tornado essa informação pública.
Técnicos já trabalham na restauração dos sistemas e, de acordo com o TRF3, a Polícia Federal está investigando o ataque. Até o momento, nenhum grupo hacker reivindicou a ação.
Os dados podem estar íntegros, mas, sem os sistemas, não é possível acessá-los. A consequência é óbvia: paralização de atividades. Por determinação da desembargadora federal Marisa Santos, presidente do TRF3, os prazos de processos físicos e eletrônicos foram suspensos no período entre 4 e 12 de abril.
Atendimento ao público externo, emissão de certidões e consultas a processos também são atividades suspensas até que os sistemas sejam restabelecidos.
Tem mais: atendendo à solicitação da desembargadora Marisa Santos, o presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Luiz Fux, prorrogou o prazo para o TRF3 transmitir ordens de pagamento de sentenças judiciárias (precatórios) ao Conselho da Justiça Federal em quatro dias após os sistemas voltarem a funcionar.
Ataques hacker a tribunais no Brasil
Ataques hacker a órgãos judiciais já não são novidade no Brasil. No final de 2021, a Justiça Federal condenou dois hackers que invadiram os sistemas do TRF3 para — pasme — reverter penas em processos nos quais eram réus.
No final de abril de 2021, foi a vez do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) ter sido alvo de hackers. Aparentemente, a corte foi vítima do REvil, um dos grupos de ransomware mais perigosos dos últimos tempos — mas já desmantelado.
Poucos dias depois, o site do Supremo Tribunal Federal (STF) ficou várias horas sem funcionar por conta de um “acesso fora do padrão”, ou seja, de um ataque hacker. Um mês depois, a Polícia Federal prendeu dois suspeitos de envolvimento na ação.
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) também já foi alvo de hackers. Em novembro de 2020, o órgão teve as suas atividades interrompidas por conta de um ataque feito pelo RansomExx, ransomware que criptografou arquivos sobre processos e, consequentemente, deixou sistemas indisponíveis por alguns dias.
Com informações: Conjur. Sugestão de pauta enviada por Bruna Carolina Wojtenk.