Microsoft quis reduzir, mas aumentou emissões de carbono por causa da IA

Microsoft teve que aumentar estrutura de datacenters para atender a demandas por IA e, com isso, viu suas emissões de carbono aumentarem 30%

Emerson Alecrim
Por
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Microsoft quis reduzir, mas aumentou emissões de carbono por causa da IA (imagem: Vitor Pádua / Tecnoblog)

Era janeiro de 2020 quando a Microsoft assumiu o compromisso de se tornar negativa em emissão de carbono até 2030. É de se esperar uma evolução ano a ano até a meta ser atingida. Mas, em 2023, o que companhia viu o seu nível de emissão de carbono aumentar 30%. Culpa da inteligência artificial (IA), em grande parte.

Reduzir as emissões de carbono consiste em um compromisso de atenuar a geração de gases com efeito estufa e, assim, causar menos danos ao meio ambiente. Para isso, várias estratégias podem ser adotadas, como uso de energia renovável, recuperação de áreas degradadas e implantação de sistemas de reuso de água.

Eis então que a Microsoft divulgou seu relatório anual de sustentabilidade ambiental. O documento revela que, no ano fiscal de 2023, a companhia reduziu as emissões diretas (classificadas como Escopo 1 e Escopo 2) em 6,3% na comparação com 2020.

Por outro lado, as emissões indiretas (Escopo 3), que não são totalmente controladas pela empresa, mas estão associadas às suas operações, aumentaram 30,9% no mesmo período. A combinação das emissões diretas e indiretas corresponde a um aumento de 29,1%, consequentemente.

IA como prioridade

Em grande medida, foram os esforços da Microsoft para avançar em inteligência artificial que causaram esse aumento. A companhia teve que construir mais datacenters para atender a essa necessidade. E isso gera uma série de demandas que acabam contribuindo para as emissões de carbono, como:

  • aquisição e implementação de componentes de hardware
  • aumento do consumo de energia pelos datacenters
  • uso de água ou outros mecanismos para resfriamento de servidores

Não poderia ser diferente. Desde o ano passado que a Microsoft vem implementando soluções de IA em seus produtos e serviços, a exemplo da integração do Copilot com o buscador Bing e os sistemas operacionais Windows.

O Neowin chama a atenção para a afirmação da Microsoft de que seus datacenters mais modernos foram projetados para não usar água para resfriamento. Já é um avanço. No entanto, datacenters focados em IA tendem a demandar tanta energia que esses esforços acabam tendo pouco impacto positivo.

Logotipo do chatbot Microsoft Copilot
Microsoft Copilot (imagem: Reprodução/Microsoft)

A meta ainda está de pé

Apesar disso, a companhia mantém a intenção de zerar as emissões de carbono até 2030. O presidente da Microsoft, Brad Smith, revelou que há um novo plano para redução das emissões indiretas. Faz parte do projeto condicionar fornecedores de produtos e serviços a utilizar fontes de energia isentas de carbono.

Mesmo assim, vai ser um desafio alcançar a meta. As aplicações de inteligência artificial estão apenas nos primeiros passos. De acordo com o The Verge, a Microsoft pretende corresponder à demanda crescente por IA da maneira mais óbvia: construindo mais datacenters.

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