Um dos desafios do Nubank — além de enfrentar a ira dos grandes bancos — é deixar de ter prejuízo. A dura realidade é que, sem gerar lucro, dificilmente uma empresa sobrevive no longo prazo.

E os resultados financeiros do Nubank estão melhorando. Segundo o Valor, seu prejuízo foi de R$ 117 milhões no ano passado, queda de 4% em relação a 2016 (quando ela perdeu R$ 122 milhões).

Enquanto isso, a base de clientes mais que dobrou no mesmo período, indo de 1,3 milhão para 3 milhões. Há empresas que gastam muito dinheiro para conquistar espaço no mercado e acabam aprofundando seus prejuízos — como o Uber, por exemplo — mas parece que este não é o caso do Nubank.

Como o Nubank não cobra anuidade, ele ganha dinheiro de duas formas. “Quando o cliente realiza uma compra com o seu cartão, recebemos do estabelecimento, através da bandeira Mastercard, um pequeno percentual desse valor”, explica o FAQ. No ano passado, a receita operacional quase triplicou, chegando a R$ 218,5 milhões.

Além disso, “quando o cliente escolhe por financiar parte ou o total do valor da sua fatura, recebemos juros, mesmo que abaixo do mercado, sobre o valor que foi financiado”. O ganho financeiro mais que quadruplicou em um ano, chegando a R$ 261 milhões. As taxas de juros variam entre 2,75% e 14%, dependendo do perfil do cliente.

Esse é o dinheiro que entrou; falta analisar o dinheiro que saiu. E o Nubank teve que aumentar as despesas de provisão contra calotes: elas somaram R$ 318 milhões, alta de 153%. No final do ano, as parcelas em atraso representavam 12% do total da carteira.

Junte a isso os custos das operações — funcionários, sistemas, emissão de cartão, marketing etc. — e você chega ao prejuízo que, como dissemos, está diminuindo.

O diretor financeiro Gabriel Silva diz à Reuters que ainda não pode prever quando o Nubank vai operar com lucro. O foco ainda é conseguir novos clientes, e eles costumam demorar um tempo para gerar resultados. Em uma rodada de investimento recente, a empresa foi avaliada em mais de US$ 1 bilhão.

Com informações: Valor, Reuters.

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Felipe Ventura

Felipe Ventura

Ex-editor

Felipe Ventura fez graduação em Economia pela FEA-USP, e trabalha com jornalismo desde 2009. No Tecnoblog, atuou entre 2017 e 2023 como editor de notícias, ajudando a cobrir os principais fatos de tecnologia. Sua paixão pela comunicação começou em um estágio na editora Axel Springer na Alemanha. Foi repórter e editor-assistente no Gizmodo Brasil.

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