Reino Unido quer mudanças no acordo entre Microsoft e Activision

Autoridade de concorrência do país diz que empresas precisarão reestruturar termos da compra e passar por nova investigação

Giovanni Santa Rosa
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Bandeira do Reino Unido
Só Reino Unido impediu compra da Activision Blizzard pela Microsoft (Imagem: Chris Colhoun/Flickr)

A compra da Activision Blizzard pela Microsoft foi liberada pela Justiça dos EUA, mas resta o sinal verde das autoridades do Reino Unido. A Autoridade de Concorrência e Mercados (CMA) do país disse que um acordo reestruturado entre as duas empresas pode resolver as pendências, mas o órgão precisaria investigar novamente a aquisição.

O anúncio foi feito pela CMA pouco depois da vitória da Microsoft contra a Comissão Federal de Comércio dos EUA (FTC). Segundo a autoridade britânica, novos termos podem satisfazer suas preocupações. Isso, porém, não é garantido: o negócio passaria por nova investigação da entidade.

Após a decisão da Justiça dos EUA de terça-feira (11), que recusou um pedido de liminar do FTC para suspender a compra, Microsoft e CMA anunciaram a intenção de negociar formas de suspender o bloqueio no Reino Unido. Isso só aconteceu depois de a empresa concordar em pausar o recurso apresentado na Justiça do país.

Microsoft terá que fazer mudanças estruturais no acordo

A posição da CMA é de que a Microsoft não pode apenas apresentar remédios comportamentais. Isso quer dizer que prometer que Call of Duty estará disponível para outras plataformas, por exemplo, não será suficiente. A mudança teria que ser estrutural, isto é, uma transmissão definitiva de direitos ou ativos.

Enquanto outras autoridades antitruste se concentraram na questão dos títulos exclusivos, como o já mencionado Call of Duty, e sua disponibilidade para PlayStation e Nintendo Switch, a CMA bloqueou a compra por outro motivo.

O órgão considera que a compra da Activision Blizzard vai colocar a Microsoft em uma posição injusta de vantagem no incipiente mercado de cloud gaming.

Segundo a CNBC, a Microsoft e a CMA concordaram que uma pequena alienação (também chamada de desinvestimento) pode ser o bastante para resolver as pendências. Isso pode significar que a Microsoft abra mão do controle do Xbox Cloud Gaming na região, ou de outros serviços ou produtos.

Com informações: Reuters, CNBC, The Verge

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Giovanni Santa Rosa

Giovanni Santa Rosa

Repórter

Giovanni Santa Rosa é formado em jornalismo pela ECA-USP e cobre ciência e tecnologia desde 2012. Foi editor-assistente do Gizmodo Brasil e escreveu para o UOL Tilt e para o Jornal da USP. Cobriu o Snapdragon Tech Summit, em Maui (EUA), o Fórum Internacional de Software Livre, em Porto Alegre (RS), e a Campus Party, em São Paulo (SP). Atualmente, é autor no Tecnoblog.

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