Telefonia móvel cresce “vertiginosamente” na pandemia, segundo Anatel
Relatório da Anatel detalha impacto da pandemia nas telecomunicações brasileiras; serviço de banda larga fixa cresceu muito por conta do surto de COVID-19
Relatório da Anatel detalha impacto da pandemia nas telecomunicações brasileiras; serviço de banda larga fixa cresceu muito por conta do surto de COVID-19
A Anatel publicou um relatório sobre o impacto da pandemia de COVID-19 no Brasil. O estudo concluiu que houve aumento no ritmo de crescimento no serviço de banda larga fixa e que a telefonia móvel trouxe uma “recuperação vertiginosa”. Os dados foram coletados pela própria agência e pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br).
Com todo mundo em casa para evitar o contágio social, o trabalho remoto ficou cada vez mais importante durante a pandemia de COVID-19. Isso resultou em aumento na demanda por banda larga, que teve crescimento de 12% no comparativo entre março de 2020 a março de 2021.
A agência também apurou que a maior faixa de crescimento na banda larga são nos contratos com velocidades superiores a 34 Mb/s, tanto para novas adesões como na substituição de assinaturas já existentes. Ao mesmo tempo, houve o crescimento de acessos de fibra óptica e retração nas outras tecnologias, como xDSL e cabo.
Mas nem tudo são flores: a demanda por banda larga cresceu, e o índice de reclamação do serviço também teve aumento substancial. A maior parte dos protocolos são referente a qualidade, que teve indicadores piores que cobrança.
Das grandes operadoras, a Claro teve o maior número de reclamações na Anatel, seguida por Vivo, Oi e TIM. Durante o 1º semestre de 2020 a Claro viu alta de 98,9% na Anatel nas queixas sobre internet fixa.
Antes da pandemia, o segmento de telefonia móvel estava em queda: a Anatel aponta que havia uma retração anual de acessos nos três anos anteriores da pandemia. No entanto, houve um crescimento anual de 6,8% após o mês de março de 2020.
Um dos principais fenômenos que aconteceram no ano passado foi a inversão do pós-pago contra o pré-pago. Até então, o modelo de cobrança baseado em créditos adicionados com antecipação sempre esteve na preferência dos brasileiros, mas planos com faturamento após o uso do serviço ultrapassaram a marca dos 50% em setembro de 2020.
A evolução do pós-pago também se apoia no alto índice de cancelamentos de linhas pré-pagas. Anteriormente era comum ter mais de uma linha celular, de diferentes operadoras, para aproveitar os minutos de ligações e SMSs exclusivos para clientes da mesma companhia. Com a chegada dos planos ilimitados e a mudança da importância de uso para o serviço de internet móvel, deixou de fazer sentido manter dois chips ativos. Foi o fim do chamado “efeito clube”.
A categoria pós-paga também contempla planos controle, que são mais baratos e mais fáceis de vender. As operadoras têm investido pesado na conversão de clientes do pré-pago, e oferecem franquia de internet maior (embora nem sempre seja assim) e preço fixo mensal, com cobrança por boleto ou cartão de crédito. Planos familiares também impulsionam o sucesso do pós-pago, uma vez que um mesmo contrato passa a ter múltiplos chips.
Além do número de acessos, a Anatel aponta que houve um aumento substancial no tráfego médio de dados nas redes móveis, com alta de 10%. Ao mesmo tempo em que a demanda subiu, a agência constatou que a quantidade de reclamações na telefonia celular não se alterou muito, embora afirme que os chamados sobre qualidade reduziram significativamente.
O relatório completo da Anatel sobre os impactos da pandemia de COVID-19 nas telecomunicações pode ser acessado na íntegra aqui.