TikTok perderá Taylor Swift e vários artistas a partir de quinta-feira

Gravadora Universal Music Group comunicou fim do contrato com a rede social. Músicas de milhares de artistas serão removidas do TikTok

Felipe Freitas
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TikTok e Universal estão em Bad Blood e não renovam contrato (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

A Universal Music Group (UMG), gravadora que representa alguns dos principais artistas da atualidade, comunicou a não renovação do contrato com o TikTok. Entre os motivos para a não renovação está a falta de um acordo sobre o valor para pagamento das celebridades. A partir de 1º de fevereiro, os artistas representados pela UMG não estarão mais disponíveis no TikTok.

Na carta aberta publicado pela Universal, a gravadora explica três motivos chaves levados para a negociação: uso de IA, segurança da imagem dos artistas e pagamento de royalties — claro, dinheiro não ficaria de fora. A recusa da UMG remove alguns dos maiores artistas (de hoje e da história) de uma das principais redes sociais da atualidade.

Universal removerá artistas do TikTok

A Universal explica que o TikTok ofereceu um pagamento de royalties muito menor que os dos seus concorrentes. Além disso, a gravadora afirma que a rede social não atendeu suas demandas relacionadas aos direitos de artistas e IA e de combate ao bullying na plataforma.

TikTok no iPhone (imagem: André Fogaça/Tecnoblog)
Usuários do TikTok não poderão usar músicas de alguns dos principais artistas da atualidade a partir de amanhã (Imagem: André Fogaça/Tecnoblog)

No comunicado, a Universal confessa que remover o seu catálogo do TikTok é um desafio. Isso se deve pela rede social possuir uma enorme base de usuários, que perderá o acesso ao grande catálogo de músicas da gravadora. A UMG acusou o TikTok de remover alguns artistas em início de carreira, mantendo apenas os nomes mais conhecidos — entre esses famosos estão Beatles, Queen, Taylor Swift, Ariana Grande, Elton John, Drake, U2 e Ivete Sangalo.

Em resposta ao TechCrunch, um porta-voz do TikTok acusou a Universal de publicar uma narrativa falsa e colocar a sua ganância sobre o interesse dos seus artistas. Segundo a UMG, 1% da sua receita é originária dos royalties do TikTok. A rede social vem investindo mais em música nos últimos tempos, lançando ferramentas para que o usuário salve canções no streaming e o TikTok Music — sua própria plataforma de streaming

Universal quer combate mais duro contra conteúdo gerado por IA

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Para a Universal, TikTok não está agindo para proibir conteúdos inapropriados feitos por IA (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

A Universal também não está feliz com a maneira como o TikTok lida com conteúdo feito por IA. A gravadora aponta que a rede social promove e encoraja a criação de música com inteligência artificial. Segundo a UMG, a renovação do contrato permitiria que esse conteúdo minguasse os valores dos royalties.

A gravadora destaca que o TikTok também não faz um esforço sequer para combater conteúdos que violam a imagem e músicas de seus artistas. Nesse ponto, a Universal quer que a rede social seja mais incisiva na luta contra deepfakes, que podem ser usados para pornôs falsos e até discurso de ódio — usando imagens de músicos extremamente populares. Nos últimos dias, esse assunto foi mais comentado após uma série de pornôs deepfake da Taylor Swift serem publicados no X/Twitter.

Com informações: TechCrunch e The Verge

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Felipe Freitas

Felipe Freitas

Repórter

Felipe Freitas é jornalista graduado pela UFSC, interessado em tecnologia e suas aplicações para um mundo melhor. Na cobertura tech desde 2021 e micreiro desde 1998, quando seu pai trouxe um PC para casa pela primeira vez. Passou pelo Adrenaline/Mundo Conectado. Participou da confecção de reviews de smartphones e outros aparelhos.

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