O capítulo mais recente da fase ruim do Uber envolve a demissão de Anthony Levandowski, responsável por comandar a equipe de carros autônomos da empresa de transporte. O executivo foi acusado de roubar documentos sigilosos da Waymo, divisão de tecnologia automotiva da Alphabet.
Ao New York Times, o Uber afirmou que forneceu evidências significativas à justiça para provar que sua tecnologia de direção autônoma foi desenvolvida de maneira independente. A empresa pressionou Levandowski por meses para cooperar com as investigações, mas o executivo não cumpriu um prazo interno para prestar esclarecimentos e, por isso, foi demitido.
Levandowski é fundador da Otto, startup de caminhões autônomos que foi comprada pelo Uber em agosto de 2016 por US$ 680 milhões. Antes de criar sua empresa, ele trabalhou como engenheiro no Google e estava envolvido com o projeto de… carros autônomos. O buscador afirma ter provas de que Levandowski baixou 14 mil arquivos sigilosos para seu notebook pessoal seis meses antes de se desligar do Google.
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Ainda não há provas contundentes contra o Uber, e os juízes estão cautelosos na análise do caso. Mas a situação não é nada favorável para o serviço de transporte: se o Uber for considerado culpado, poderá, além de pagar indenizações gigantescas ao Google, ser obrigado a interromper seu projeto de veículo autônomo, que é uma das principais apostas para os próximos anos.