Uber demite mais 3.500 funcionários e fecha 45 escritórios
Uber demite 25% dos funcionários e repensa investimento em carros autônomos durante pandemia do coronavírus (COVID-19)
Uber demite 25% dos funcionários e repensa investimento em carros autônomos durante pandemia do coronavírus (COVID-19)
A Uber revelou nesta segunda-feira (18) o plano de demitir 3.500 funcionários, fechar 45 escritórios ao redor do mundo e repensar investimentos em carros autônomos em meio à pandemia do novo coronavírus, causador da COVID-19. Isso se soma às 3.700 demissões que a empresa já havia anunciado; ao todo, ela vai se desfazer de 25% dos empregados.
De acordo com o Wall Street Journal, a maior parte das demissões deve ocorrer nos EUA. Um dos escritórios no centro de São Francisco, com mais de 500 funcionários, será fechado. A filial da Ásia, atualmente na Singapura, pode ser transferida para outro país.
A empresa estima que gastará até US$ 140 milhões em encargos trabalhistas por causa das demissões e até US$ 80 milhões para fechar os escritórios, de acordo com um comunicado à SEC, comissão de valores mobiliários dos EUA.
O objetivo da Uber é cortar cerca de US$ 1 bilhão em custos. Por isso, ela vai encerrar o laboratório interno de inteligência artificial e a incubadora de produtos, além de reavaliar negócios como o Uber Freight (transporte de carga) e condução autônoma.
Os carros autônomos eram a promessa da Uber em se tornar lucrativa, pois seria uma forma de manter 100% do valor das corridas em vez de dividi-lo com o motorista. Ela até fez uma parceria com a Volvo para um XC90 adaptado com radares ultrassônicos e câmeras de 360 graus.
O CEO Dara Khosrowshahi afirma em memorando aos funcionários: “precisamos nos estabelecer como uma empresa autossustentável que não depende mais de novas rodadas de investimento ou de novos investidores para continuar crescendo, expandindo e inovando”.
No primeiro trimestre, a Uber sofreu prejuízo de US$ 2,9 bilhões. A situação piorou: em abril, o faturamento com viagens de carro despencou 80% em relação ao mesmo período do ano anterior.
O Uber Eats vem crescendo bastante enquanto as pessoas seguem a recomendação de ficarem em casa para reduzir o contágio do coronavírus. No primeiro trimestre, a receita foi 52% superior se comparada ao mesmo período de 2019.
No entanto, o CEO avisa no memorando: “o crescimento do Eats está acelerando, mas hoje essa divisão não chega perto de cobrir nossas despesas; creio que as mudanças que estamos implementando vão levar o Eats à lucratividade, assim como fizemos com as viagens de carro, mas isso não acontecerá da noite para o dia”.
O plano da Uber era chegar à lucratividade até o final de 2020. Com a pandemia, o prazo foi alterado para 2021.
Com informações: WSJ, TechCrunch.