Uber contrata engenheiro da NASA para desenvolver carros voadores
Mark Moore acumula mais de 30 anos na agência, mudou de empresa para "estar no lugar certo, na hora certa"
Mark Moore acumula mais de 30 anos na agência, mudou de empresa para "estar no lugar certo, na hora certa"
Além oferecer transporte por helicóptero e ter um projeto de carros autônomos, o Uber quer fazer carros voarem. O recém-anunciado programa Uber Elevate, que visa transportar pessoas em veículos que voam por um preço acessível, acabou de receber um ex-engenheiro da NASA, a agência espacial americana.
A contratação de Mark Moore, que publicou um artigo acadêmico em 2010 tratando exatamente desse assunto, mostra que o projeto do Uber está andando bem rápido (ou melhor, voando). O engenheiro acumula mais de 30 anos na agência espacial americana, mas saiu da NASA para aplicar seus conhecimentos no desenvolvimento de um veículo VTOL, sigla em inglês para veículo que faz aterrissagem e decolagem verticalmente ― ou seja, um carro que voa.
Segundo o Uber, o projeto Elevate é feito para distâncias relativamente curtas, de até 190 quilômetros. O objetivo é fazer com que os veículos VTOL completem percursos como do subúrbio até o centro, ou até de uma cidade a outra, por um preço bem acessível: um trajeto de São Paulo a Campinas custaria US$ 24 a longo prazo, com duração de 18 minutos.
“Assim como os arranha-céus permitiram que as cidades utilizassem um terreno limitado de maneira mais eficiente, o transporte urbano aéreo vai aproveitar o espaço aéreo tridimensional para aliviar os congestionamentos no solo”, disse a empresa no anúncio do Elevate.
Como aponta a Bloomberg, Moore se arrisca em entrar no Uber agora, pois está abrindo mão de se aposentar mais cedo e ter uma previdência que lhe renda bem mais dinheiro. Segundo o engenheiro, que disse estar impressionado com a visão do Uber para o projeto, ele quer “estar no lugar certo, na hora certa”. Apesar disso, Moore reconhece que há uma série de dificuldades no caminho.
Sem nem entrar em questões técnicas, o Uber vai precisar de bastante lobby (coisa que a empresa está bem acostumada a fazer) para conseguir novas diretrizes nas leis de tráfego aéreo. Além disso, os veículos provavelmente precisarão ser certificados, e suas peças não poderão ser absurdamente caras para o projeto não ficar inviável. O Uber, no entanto, não participaria diretamente da construção dos veículos VTOL, e sim terceirizaria a produção.
Bom, pelo menos a empresa está tomando um passo de cada vez. No extenso relatório que mostra os planos da empresa para esse tipo de negócio, a previsão é que em 2025 os carros voadores comecem a ser testados. Será que veremos algo produtivo até lá?