Uber vai reduzir cupons para usuários e benefícios a motoristas
Gastos com ações de marketing e incentivos serão cortados, diz CEO da Uber; empresa também pretende reduzir as contratações
Gastos com ações de marketing e incentivos serão cortados, diz CEO da Uber; empresa também pretende reduzir as contratações
A Uber vai pisar no freio para conter o aumento de gastos na sua operação. Em um e-mail enviado aos funcionários, o CEO da companhia, Dara Khosrowshahi, afirmou que vai diminuir a distribuição de benefícios aos motoristas e cupons aos consumidores para cortar custos. A informação foi revelada pela CNBC nesta segunda-feira (9).
O comunicado veio à tona após a divulgação dos resultados financeiros do primeiro trimestre. No período, a companhia registrou uma alta no número de corridas, o que potencializou uma receita de US$ 6,9 bilhões. A Uber, por outro lado, acumulou uma perda de US$ 5,6 bilhões relacionada a investimentos em outras empresas.
O período abriu um caminho para a companhia sair da crise causada pela pandemia. Mesmo assim, a cautela ainda é necessária. Não à toa, Khosrowshahi abriu o e-mail aos funcionários dizendo que passou “vários dias” conversando com investidores em Nova York e Boston depois que o balanço foi divulgado.
“Está claro que o mercado está passando por uma mudança sísmica e precisamos reagir de acordo”, afirmou. Em seguida, o CEO compartilhou algumas reflexões sobre a situação com os colaboradores da Uber, mas fez uma ressalva: “ao ler os pensamentos, lembre-se de que, embora os investidores não administrem a empresa, eles são os donos da empresa – e nos confiaram a boa gestão”.
A carta traz sete considerações. Mas alguns pontos chamam mais a atenção do que outros, como o quinto tópico, onde o CEO afirmou que as contratações serão tratadas “como um privilégio”. Dara Khosrowshahi também disse que “os gastos menos eficientes com marketing e incentivo serão retirados”.
“A taxa de atratividade para nossos investimentos aumentou, e isso significa que algumas iniciativas que exigem capital substancial serão desaceleradas. Temos que garantir que nossa economia de unidade funcione antes de nos tornarmos maiores”, afirmou. “Seremos ainda mais rígidos em relação aos custos em geral.”
O executivo também observou que a companhia “começou a demonstrar o Poder da Plataforma”. Segundo o CEO, trata-se de uma “vantagem estrutural” que diferencia a empresa e é baseada na seguinte estratégia: “atrair consumidores em Mobility ou Delivery, incentivá-los a experimentar o outro e unir tudo com um programa de associação atraente”. Mas nada disso adianta se o “valor da plataforma” não for apresentado “em termos reais de dólares”:
“Estamos atendendo a mercados de vários trilhões de dólares, mas o tamanho do mercado é irrelevante se não se traduzir em lucro”, concluiu.
Os demais comentários estão relacionados à saúde financeira da empresa. No comunicado, o CEO lembrou que houve progresso em termos de lucratividade, estabelecendo uma meta de US$ 5 bilhões em Ebitda Ajustado em 2024. Mas as metas foram alteradas para focar no fluxo de caixa livre. “Podemos (e devemos) chegar lá rápido”, complementou.
Apesar de todo o cenário, há boas notícias. Khosrowshahi disse que os investidores estão felizes com o crescimento do delivery. Mesmo assim, é importante notar que o Uber Eats teve as suas atividades encerradas no Brasil em março. A companhia, no entanto, ainda oferece entrega de supermercados aos consumidores brasileiros.
Com informações: CNBC
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