O que é a lente teleobjetiva na câmera do celular?

Também conhecida como telefoto, a lente teleobjetiva permite registrar assuntos distantes com bom nível de detalhes; entenda como ela funciona no smartphone

Emerson Alecrim Ana Marques
Por e
• Atualizado há 1 ano

A lente teleobjetiva (telefoto) serve para registrar imagens de pessoas, animais ou objetos distantes. Comuns em lentes com zoom óptico, teleobjetivas garantem a qualidade de imagem ao alcançar uma distância focal ampla sem reduzir a nitidez do assunto.

É possível encontrar lentes teleobjetivas em celulares como iPhone 14 Pro, com aproximação de 3x, e Xiaomi 13 Pro, com aproximação de 3,2x. Outro exemplo é o Samsung Galaxy S23 Ultra, que têm duas câmeras de zoom óptico (3x e 10x).

Como funciona uma lente teleobjetiva

A lente teleobjetiva alcança uma distância focal maior em relação às lentes padrão (wide). Esse parâmetro mede a distância entre o centro óptico da lente (onde os raios de luz se convergem) e o sensor de imagem da câmera.

Quanto maior a distância focal de uma lente, mais longe ela consegue buscar o assunto. Por isso, teleobjetivas são muito usadas para closes de animais, pessoas ou objetos fisicamente distantes. Contudo, o ângulo de visão é proporcionalmente menor.

Relação entre distância focal e campo de visão em lentes de câmeras
Relação entre distância focal e campo de visão em lentes de câmeras (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Uma lente com distância focal com 85 mm ou mais já pode ser considerada telefoto, embora esse critério varie de acordo com o fabricante. Eis os critérios mais aceitos:

  • 85 mm a 135 mm: teleobjetiva curta
  • 135 mm a 300 mm: teleobjetiva média
  • Mais de 300 mm: super teleobjetiva

Distâncias focais longas também reduzem a profundidade de campo, o que torna esse tipo de lente interessante para desfoque de fundo. Adicionalmente, esse efeito (bokeh) pode ser regulado com ajustes da abertura da lente.

Teleobjetivas e lentes de zoom são a mesma coisa?

Lentes zoom têm distância focal variável, permitindo ajustes entre limites mínimos e máximos, a exemplo de um modelo 18-55 mm. Porém, ela só é considerada teleobjetiva se alcançar distância focal igual ou acima de 85 mm.

Uma mesma lente pode ser teleobjetiva e zoom, porém nem toda objetiva zoom é telefoto, e nem toda telefoto é uma lente zoom.

Lentes telefoto em celulares

Nos celulares, há pouco espaço para a movimentação interna de um jogo de lentes para zoom óptico. Por isso, a maioria dos smartphones com esse recurso usa uma lente telefoto com distância focal fixa, porém maior em relação ao comprimento focal da câmera principal. Com isso, a câmera teleobjetiva sempre é acionada para aproximar o campo de visão.

Câmera normal à esquerda, teleobjetiva à direita (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)
Lente normal (wide) à esquerda, teleobjetiva à direita (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)

Lente teleobjetiva vs periscópio: qual é a diferença?

Lentes periscópicas estão entre os tipos de lentes usados em câmeras de celular para ampliar a capacidade de zoom óptico. Elas posicionam horizontalmente seus elementos em relação ao aparelho e usando prismas para fazer a luz chegar ao sensor.

Trata-se de uma forma de contornar a limitação de espaço em dispositivos compactos, como smartphones. Lentes periscópio são consideradas teleobjetivas se tiverem distâncias focais longas.

Além do zoom: aplicações das lentes telefoto

Lentes teleobjetivas podem ser usadas para aproximar objetos distantes, mas também têm outras aplicações interessantes. Listamos todas elas a seguir:

  • Fotos macro: algumas teleobjetivas, a exemplo da Sony FE 90 mm, têm características que as fazem funcionar como lente macro para fotos detalhadas de insetos e objetos pequenos;
  • Retrato com fundo desfocado: uma lente telefoto pode ser usada para retratos com fundo desfocado (efeito bokeh) por ter profundidade de campo rasa;
  • Esportes: teleobjetivas são apropriadas para registros esportivos por alcançarem atletas que estão longe. Essas lentes contam ainda com um comprimento focal que destaca o atleta desfocando o fundo da imagem;
  • Paisagem e vida selvagem: telefotos são usadas para destacar elementos de uma paisagem, como o pico de uma montanha. Elas também alcançam animais selvagens distantes, que fugiriam se notassem um humano próximo;
  • Céu noturno: uma lente teleobjetiva com distância focal de 300 mm ou mais pode tirar fotos da Lua ou de um céu estrelado com nitidez, ainda que seja necessário ajustar parâmetros como exposição e profundidade de campo;
  • Arquitetura: telefotos com distância focal na casa dos 150 mm são úteis para destacar elementos de arquitetura de prédios e espaços urbanos.
Zoom de uma torre feita com o Galaxy S23 Ultra (imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)
Zoom de uma torre feita com o Galaxy S23 Ultra (imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Quando evitar a lente teleobjetiva?

Lentes teleobjetivas são muito versáteis, mas há circunstâncias nas quais elas não são apropriadas, como:

  • Foto de grupos de pessoas: lentes com amplo ângulo de visão são mais adequadas do que teleobjetivas para registros com um grande números de pessoas no campo de visão;
  • Selfies: teleobjetivas podem gerar distorções quando o assunto está muito próximo da câmera. Por isso, elas não são indicadas para selfies;
  • Técnica de hiperfoco: telefotos não são boas para imagens com hiperfoco (técnica que maximiza a nitidez) por terem profundidade de campo rasa.
Esse conteúdo foi útil?
😄 Sim🙁 Não

Relacionados

Autor(a)

Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

Ana Marques

Ana Marques

Gerente de Conteúdo

Ana Marques é jornalista e cobre o universo de eletrônicos de consumo desde 2016. Já participou de eventos nacionais e internacionais da indústria de tecnologia a convite de empresas como Samsung, Motorola, LG e Xiaomi. Analisou celulares, tablets, fones de ouvido, notebooks e wearables, entre outros dispositivos. Ana entrou no Tecnoblog em 2020, como repórter, foi editora-assistente de Notícias e, em 2022, passou a integrar o time de estratégia do site, como Gerente de Conteúdo. Escreveu a coluna "Vida Digital" no site da revista Seleções (Reader's Digest). Trabalhou no TechTudo e no hub de conteúdo do Zoom/Buscapé.