O que é um painel TN (Twisted Nematic)?

Painéis TN LCD são mais comuns em monitores e celulares mais baratos ou antigos; entenda como funciona e as limitações da tecnologia

Emerson Alecrim Ana Marques
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• Atualizado há 11 meses
Monitor gamer Asus com tela TN LCD (imagem: reprodução/Asus)
Monitor gamer Asus com tela TN LCD (imagem: reprodução/Asus)

Twisted Nematic (TN) é um tipo de painel usado em telas de cristal líquido (LCD). Essa tecnologia é encontrada em dispositivos como calculadora, relógio, monitor, notebook e celular, e se destaca por ter tempo de resposta rápido e baixo custo.

As telas TN LCD surgiram em 1968 e passaram a ser adotadas em larga escala depois da década de 1990. Mas notebooks, monitores e celulares avançados passaram a usar painéis IPS (In-Plane Switching) e VA (Alinhamento Vertical), que entregam melhor qualidade de imagem. Geralmente, o TN equipa modelos mais baratos.

TN e TFT LCD como sinônimos

Frequentemente, telas TN são chamadas de TFT LCD. Esse não é um nome adequado porque o TFT é uma camada de transistores, não um tipo de tela. Além do TN, a camada de TFT está presente em tecnologias como IPS LCD, AMOLED e MicroLED.

Como funciona um painel TN

Um painel TN LCD é formado por várias camadas. Estas são as principais:

  • backlight de LED ou lâmpada CCFL;
  • filtro polarizador;
  • transistores de película fina (TFT);
  • cristais líquidos;
  • segundo filtro polarizador;
  • camada frontal.

Para a imagem ser mostrada na tela, o backlight gera uma luz que é orientada pelo primeiro filtro polarizador. Na sequência, o TFT atua como uma matriz ativa que aciona os cristais líquidos que formam o LCD aplicando corrente elétrica sobre eles.

Os cristais líquidos podem ficar em posição de torção para bloquear determinados comprimentos de onda de luz. Quando submetidos à corrente elétrica aplicada pelo TFT, os cristais líquidos giram de modo a ficar em um ângulo que permite a passagem de luz ao segundo polarizador, que a direciona para a camada frontal.

Os pixels são formados por subpixels RGB (vermelho, verde e azul), que geram as cores. Cada cor depende do nível de corrente elétrica aplicada. Em um extremo, quando todos os subpixels estão com iluminação máxima, o pixel reproduz a cor branca. Em outro, quando o cristal está torcido em 90 graus, a cor é preta por não haver passagem de luz.

Estrutura básica de uma tela TN LCD (imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)
Estrutura básica de uma tela TN LCD (imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Características de um painel TN

Temos um comparativo que mostra as diferenças entre painéis TN, VA e IPS. Nele, você vê as vantagens e desvantagens de cada tecnologia e descobre qual é o melhor tipo de painel LCD conforme o seu perfil de uso.

Em resumo, podemos ressaltar que um display TN tem as seguintes características:

  • Baixo custo: telas TN tendem a custar menos que painéis VA e IPS por serem baseadas em componentes baratos e processo de fabricação simples;
  • Menor tempo de resposta: o TN costuma ter tempo de resposta menor do que em outras tecnologias LCD, pois a torção facilita o movimento dos cristais líquidos. É por isso que a tecnologia aparece em monitores gamer;
  • Taxa de atualização alta: uma tela TN LCD pode suportar taxas de atualização de 90 Hz ou mais. No entanto, esse parâmetro depende do fabricante e da finalidade de uso do display. Essa é outra razão para o uso de TN em monitores gamer;
  • Economia de energia: visores TN LCD consomem menos energia elétrica do que telas mais sofisticadas. Por esse motivo, eles são amplamente adotados em dispositivos portáteis, que não ficam ligados à rede elétrica o tempo todo;
  • Ampla faixa de temperatura: determinados painéis TN podem operar em temperaturas extremas, que vão de -40ºC a 90ºC;
  • Baixo ângulo de visão: a visualização de uma tela TN a partir de ângulos laterais é bastante limitada. Nessas circunstâncias, as cores perdem tonalidade e a identificação de detalhes é prejudicada;
  • Contraste reduzido: telas Twisted Nematic não são capazes de exibir tons muito escuros, o que resulta em baixo contraste. Esse problema é mais perceptível na visualização sob ângulos laterais;
  • Fidelidade de cores menor: telas TN têm menor qualidade na reprodução de cores do que painéis como VA e IPS LCD. Por essa razão, visores do tipo podem não ser adequados para tarefas como design gráfico e edição de fotos.
Notebook Lenovo ThinkPad com tela TN LCD (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)
Notebook Lenovo ThinkPad com tela TN LCD (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)

Perguntas frequentes

Como identificar um painel TN?

Ao observar a tela, mude seu ângulo de visão movendo-a para cima e para baixo, bem como para os lados. Se você notar uma perda significativa de cores ou detalhes, provavelmente, a tela é TN. Displays VA LCD e IPS LCD têm pouca perda de informação sob ângulos variados.

Monitor TN suporta HDR?

O HDR exige alguns parâmetros para funcionar, como altos níveis de brilho e contraste. Como a tecnologia TN LCD não atende a esses requisitos, monitores do tipo não são compatíveis com HDR.

TN vs LED: qual o melhor?

Os LEDs são usados como iluminação de fundo (backlight) no LCD, pois cristais líquidos não geram luz própria. Logo, eles podem equipar visores LCD de todos os tipos, incluindo o Twisted Nematic. Como as duas tecnologias se complementam, não é possível compará-las.

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

Ana Marques

Ana Marques

Gerente de Conteúdo

Ana Marques é jornalista e cobre o universo de eletrônicos de consumo desde 2016. Já participou de eventos nacionais e internacionais da indústria de tecnologia a convite de empresas como Samsung, Motorola, LG e Xiaomi. Analisou celulares, tablets, fones de ouvido, notebooks e wearables, entre outros dispositivos. Ana entrou no Tecnoblog em 2020, como repórter, foi editora-assistente de Notícias e, em 2022, passou a integrar o time de estratégia do site, como Gerente de Conteúdo. Escreveu a coluna "Vida Digital" no site da revista Seleções (Reader's Digest). Trabalhou no TechTudo e no hub de conteúdo do Zoom/Buscapé.

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