O que é MicroLED, a próxima grande tecnologia de telas
Também conhecida como mLED, tecnologia combina o melhor do OLED e do LCD para aprimorar a qualidade de imagem em TVs e monitores
MicroLED ou mLED (micro diodo emissor de luz) é uma tecnologia que usa LEDs microscópicos e com iluminação própria para formar a tela de TVs e monitores. Sua aplicação gera imagens com preto profundo, cores vívidas e brilho forte.
Índice
Histórico e aplicações
A tecnologia MicroLED foi criada pelos engenheiros Hongxing Jiang e Jingyu Lin, em 2000. Mas a primeira TV com esse tipo de painel só foi apresentada em 2012, pela Sony. Em 2018, a Samsung introduziu a tecnologia comercialmente com a linha de TVs The Wall.
As promessas de consumo baixo de energia e risco mínimo de danos mesmo com brilho intenso fazem a tecnologia ser considerada para diferentes produtos. É o caso da linha de relógios Apple Watch, que deve ter microLED a partir de 2024.
Como funcionam as telas microLED
Uma tela microLED é formada por LEDs (diodos emissores de luz) com até 100 micrômetros de tamanho, sendo que unidades ainda menores, de 1 micrômetro, já são comuns. Cada pixel da tela é formado por pelo menos três microLEDs, um para cada cor RGB, que se combinam para gerar cores diversas.
O que é micrômetro?
É uma medida do Sistema Internacional de Unidades (SI). 1 micrômetro equivale a 1 metro dividido por 1 milhão.
A camada de microLED fica posicionada abaixo do vidro ou filme frontal que protege a tela. Não é preciso existir uma camada de luz de fundo (backlight) porque visores do tipo têm tecnologia autoemissiva, ou seja, geram luz própria, ao contrário de telas LCD.
Como cada microLED é a sua própria fonte de luz, ele pode ser ligado ou desligado de acordo com a imagem exibida. Quando desligado, o LED fica totalmente escuro, gerando o efeito de preto profundo, similar ao que acontece em visores OLED.
Mas o OLED é baseado em material orgânico, sujeito a desgaste natural. Já o microLED tem composto inorgânico, normalmente, o nitreto de gálio (GaN), com maior durabilidade. Como tal, a tecnologia permite que a tela tenha brilho mais alto: se não há desgaste natural, o fabricante não precisa limitar tanto esse parâmetro.
Por serem muito pequenos, os microLEDs podem ser controlados de modo a delimitar com precisão os pixels que devem ou não ser ativados. Essa abordagem também permite que um painel microLED seja mais fino do que telas LCD e OLED, o que facilita o seu uso em dispositivos de tamanhos variados.
Vantagens
Telas que precisam de backlight têm algumas limitações, como distribuição irregular de luz pelo painel. A tecnologia microLED resolve esse problema por causa do controle individual sobre os pixels. Mas há outras vantagens:
- Preto verdadeiro: telas microLED geram preto verdadeiro por não precisarem de luz de fundo, pois cada pixel pode ser controlado individualmente. Assim, pixels podem ser desligados para gerar o efeito por meio da ausência de luz;
- Alto nível de brilho: painéis microLED alcançam níveis elevados de brilho. Prova disso vem da Samsung, que anunciou as TVs MicroLED CX no começo de 2023. Elas alcançam brilho de 4.000 nits;
- Maior taxa de contraste: o controle individual sobre os pixels e o uso de LEDs inorgânicos permitem que telas microLED tenham maior taxa de contraste em relação a painéis LCD e até sobre visores OLED;
- Menor tempo de resposta: telas microLED têm tempo de resposta de nanossegundos. Em comparação, TVs e monitores LCD têm tempo de resposta na casa dos milissegundos, ou seja, são mais demorados;
- Maior taxa de atualização: TVs microLED podem ter altas taxas de atualização, a exemplo da linha Samsung MicroLED CX, que chega a 240 Hz;
- Ótimo ângulo de visão: é possível visualizar o conteúdo exibido com clareza mesmo se você estiver em posição lateral em relação à tela;
- Boa eficiência energética: painéis microLED demandam menos energia que telas LCD, mesmo exibindo cores intensas e brilho forte. Uma das razões para isso é a não exigência de uma camada de filtro de cor;
- Menos suscetível a desgaste: LEDs inorgânicos tendem a ser mais duráveis e resistentes à umidade que o material orgânico do OLED. Por isso, uma TV ou monitor microLED pode ter tempo de vida útil longo;
- Diversos formatos: painéis microLED podem ser empregados em dispositivos com diferentes tamanhos e formatos por serem finos. Essa característica permite até a criação de displays flexíveis ou dobráveis;
- Aproveitamento do espaço frontal: uma tela microLED pode ocupar totalmente a frente da TV ou monitor. Assim, é possível até combinar várias TVs do tipo para formar uma parede de telas.
Desvantagens
Telas microLED têm fabricação complexa. Isso faz a tecnologia apresentar algumas desvantagens:
- Custo de fabricação: telas microLED ainda não atingiram o estágio de maturidade no processo de produção, por isso, são mais caras em relação a tecnologias como LED e OLED. O uso de componentes sofisticados também contribui para os preços altos;
- Disponibilidade menor: a complexidade da fabricação também pode restringir a produção em massa, fazendo determinados produtos microLED não serem encontrados facilmente no mercado.
Tecnologias similares
As semelhanças com o padrão OLED fazem o microLED ser comparado a outras tecnologias de telas. Uma é a QD-OLED. Outra é a QNED. Vejamos os comparativos com elas.
MicroLED vs QD-OLED
Quantum Dot OLED ou QD-OLED é um tipo de tela que combina as características do padrão OLED com pontos quânticos (quantum dots) para aprimorar parâmetros como saturação de cores e brilho.
Mas, de modo geral, dispositivos microLED conseguem ser melhores com os mesmos parâmetros, o que resulta em maior qualidade de imagem. Em relação ao microLED, TVs QD-OLED tendem a ser mais baratas, porém.
MicroLED vs QNED (Quantum Dot Nanorod LED)
Marcas como a Samsung apostam na tecnologia QNED (Quantum Dot Nanorod LED), que trocam o OLED por estruturas nanorods (nanobastões). Estas abrigam LEDs inorgânicos com tamanho em nanômetros e autoemissão de luz intensa.
Os nanorods de LED têm semelhanças com o MicroLED, apesar deste último ter dimensões de micrômetros. Como o QNED está em fase de aperfeiçoamento, é difícil comparar as duas tecnologias. Porém, o QNED tende a ser mais barato.
Perguntas frequentes
Painéis microLED não estão sujeitos ao efeito burn-in em condições normais de uso. Isso porque a tecnologia não depende de compostos orgânicos, que se desgastam com o uso. O burn-in é uma preocupação comum em telas OLED.
Os microLEDs emitem luz e, ao mesmo tempo, constituem a própria tela, razão pela qual a tecnologia está mais próxima do OLED. Já a tecnologia MiniLED consiste em uma camada de LEDs microscópicos que serve de backlight (luz de fundo) para telas LCD.