O que é um display PMOLED?

Tecnologia PMOLED usa uma matriz passiva para controlar pixels e pode equipar eletrônicos de baixo custo; entenda como funciona esse tipo de tela

Emerson Alecrim Paulo Higa
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• Atualizado há 11 meses
Smartband Fitbit com tela PMOLED monocromática (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)
Smartband Fitbit com tela PMOLED monocromática (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)

PMOLED (Passive Matrix OLED, na sigla em inglês) é um tipo de tela OLED que usa matriz passiva para controlar os pixels. A tecnologia é encontrada em eletrônicos com tela pequena, como relógios e smartbands, e tem fabricação mais barata do que as telas com matriz ativa.

Histórico e aplicações

As primeiras telas PMOLED foram introduzidas no mercado pela Pioneer, em 1997. Elas eram um tipo de OLED monocromático (reproduziam só uma cor) e equipavam aparelhos de som automotivo da marca.

Nos anos seguintes, foram lançadas as telas PMOLED coloridas, que ganharam espaço principalmente em dispositivos vestíveis. A tecnologia já apareceu em linhas de smartbands, como: Huawei Band, Samsung Galaxy Fit e Garmin Vivosmart.

As empresas Qingyue, Pioneer, Ritdisplay e WiseChip estão entre as principais fabricantes de telas PMOLED, de acordo com a HDIN Research. Embora a tecnologia suporte múltiplas cores, esses fabricantes ainda produzem displays de matriz passiva monocromáticos.

Como funcionam as telas PMOLED

Uma tela PMOLED é composta por várias camadas. Estas são as principais:

  1. Camada protetora;
  2. Cátodo;
  3. Material orgânico (OLED);
  4. Ânodo;
  5. Substrato.
Estrutura da tecnologia PMOLED (imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)
Estrutura da tecnologia PMOLED (imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

A camada de cátodo é disposta em fileiras perpendiculares às fileiras de ânodo, e as interseções dessas duas camadas formam pontos que acionam os pixels constituídos de LEDs orgânicos (OLEDs).

A estrutura de matriz passiva aciona os pontos da tela que devem ser iluminados por colunas ou linhas específicas, em vez de ativar pixels individualmente.

Além disso, as telas PMOLED não têm capacitor de armazenamento, que são usados para manter o estado do pixel. Por isso, é preciso intensificar o brilho da coluna ou linha ativada de modo que ela se diferencie das que estão apagadas. Isso é feito com a aplicação de tensão correspondente ao nível a ser atingido.

Essa abordagem é diferente da existente em telas AMOLED (Active Matrix Organic Light Emitting Diode), que contam com uma matriz ativa de TFT para controlar cada pixel. O PMOLED também é muito diferente do LCD, que usa um backlight que ilumina toda a tela de uma vez só.

Vantagens

Displays PMOLED são menos sofisticados do que telas AMOLED, mas ainda são utilizados por causa das seguintes vantagens:

  • Menor custo de fabricação: telas PMOLED têm estrutura mais simples do que as AMOLED, diminuindo o custo de produção;
  • Baixo consumo de energia: displays PMOLED demandam pouca energia elétrica por não precisarem de luz de fundo, serem pequenos e terem resolução baixa;
  • Brilho intenso: os pixels do PMOLED podem ter brilho intenso, o que torna a tecnologia adequada para uso em ambientes externos. Isso explica a aplicação desse tipo de tela em smartbands e outros dispositivos vestíveis;
  • Preto verdadeiro: assim como toda tela OLED, painéis de matriz passiva exibem preto profundo desativando os pixels correspondentes, o que contribui para uma boa relação de contraste.
Oxímetro com tela OLED de matriz passiva (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)
Oxímetro com tela OLED de matriz passiva (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)

Desvantagens

A tecnologia PMOLED tem as seguintes limitações:

  • Suscetível ao burn-in: o material orgânico do display PMOLED sofre desgaste com o uso, especialmente se os pixels exibem imagens estáticas por tempo prolongado, o que pode causar manchas permanentes na tela;
  • Menor vida útil: a tecnologia PMOLED tende a durar menos do que telas AMOLED por exigir maiores níveis de tensão para funcionar. Por esse motivo, a tecnologia não é adequada para visores que ficam sempre ligados;
  • Resolução limitada: o método de acionamento dos pixels não permite que o PMOLED suporte altas resoluções ou visor de tamanho grande. Essas características exigiriam muito consumo de energia;
  • Taxa de atualização baixa: o método de acionamento dos pixels também faz a taxa de atualização de telas PMOLED ser baixa em comparação ao AMOLED e ao LCD.
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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

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