O que é POLED? Entenda a tecnologia usada em telas flexíveis

Uso de plástico em telas OLED permite criar produtos flexíveis, como smartphones dobráveis; saiba como funciona essa tecnologia

Emerson Alecrim Ana Marques
Por e
• Atualizado há 11 meses
Motorola Razr é um celular com tela POLED dobrável (imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)
Motorola Razr é um celular com tela POLED dobrável (imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)

POLED (Plastic Organic Light-Emitting Diode) é uma tecnologia que substitui o substrato de vidro por plástico em telas com diodos emissores de luz. Esse padrão aumenta a flexibilidade do display e pode ser aplicado em celulares e monitores.

Histórico e aplicações

O LG G Flex foi o primeiro dispositivo com tela POLED a chegar ao mercado em escala comercial, em 2013. A LG Display expandiu a produção desse tipo de tela em 2017, fornecendo o componente até para produtos de outras marcas, como o smartphone Google Pixel 2 XL. O Motorola Edge 30 Ultra também usa a tecnologia POLED para deixar a tela mais fina.

A Samsung emprega plástico como substrato de muitos de seus dispositivos com tela AMOLED. Porém, a companhia não usa o termo POLED para identificar componentes com essa característica.

Como funciona uma tela POLED

Um painel POLED segue os princípios funcionais das telas OLED, compostas pelas seguintes camadas:

  1. Camada protetora;
  2. Cátodo;
  3. Camada orgânica (OLED);
  4. Ânodo;
  5. TFT;
  6. Substrato.
Estrutura POLED (imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)
Estrutura POLED (imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Em painéis OLED convencionais, o substrato é feito de vidro. No POLED, o substrato é baseado em plástico, material flexível e mais fino do que o vidro. Isso explica o uso da tecnologia em celulares com tela dobrável.

A imagem é gerada quando a corrente elétrica é aplicada sobre a camada orgânica (OLED), que fica entre o cátodo e o ânodo.

Displays POLED também trazem uma camada de transistores de película fina (TFT), que atua como uma matriz ativa para controlar individualmente os pixels. Sendo assim, displays POLED também são um tipo de AMOLED (Active-Matrix OLED).

POLED vs PMOLED

A tecnologia POLED não deve ser confundida com o PMOLED, um tipo de OLED que usa matriz passiva para controlar os pixels em linhas, não individualmente, e têm taxas de atualização inferiores.

O LG Velvet também recebeu tela POLED (imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)
O LG Velvet também recebeu tela POLED (imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)

Vantagens

Painéis POLED oferecem as vantagens do OLED associadas à versatilidade do substrato plástico. Você pode esperar as seguintes características:

  • Flexibilidade: o substrato de plástico permite que a tela POLED seja flexível. Por isso, a tecnologia pode ser empregada em celulares dobráveis ou monitores com tela curvada;
  • Tela fina: a espessura de um substrato de plástico é menor do que o vidro, permitindo a construção de telas com espessura menor;
  • Baixo consumo de energia: telas POLED não precisam de backlight, favorecendo a autonomia da bateria. Além disso, a exibição de imagens pretas é feita com pixels desligados, abordagem que também poupa energia;
  • Tons escuros: o desligamento de pixels faz a imagem exibir pretos profundos, atributo que melhora a relação de contraste;
  • Ângulo de visão: a visualização lateral de uma tela POLED tende a ser tão boa quanto em painéis AMOLED baseados em vidro. Isso porque, em ambos os padrões, a luz é emitida em todas as direções;
  • Cores vívidas: visores POLED mantêm a característica de telas OLED e AMOLED de exibir cores vibrantes e detalhadas, que aumentam a qualidade de imagem;
  • Tempo de resposta: um display POLED costuma ter menos tempo de resposta que no LCD por não precisar mover cristais líquidos para gerar a imagem.
Motorola Edge 30 Ultra tem tela POLED que deixa o celular mais fino (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)
Motorola Edge 30 Ultra tem tela POLED que deixa o celular mais fino (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)

Desvantagens

As desvantagens do POLED também são as mesmas do OLED convencional:

  • Vida útil reduzida: telas POLED podem ter durabilidade menor em relação a painéis LCD porque os compostos orgânicos que emitem luz estão sujeitos a desgaste com o passar do tempo;
  • Burn-in: o desgaste dos compostos orgânicos também pode causar burn-in no POLED. Felizmente, a evolução da tecnologia faz esse problema ter frequência cada vez menor;
  • Brilho abaixo do máximo: fabricantes podem limitar a intensidade de brilho da tela para atenuar o problema do desgaste, dependendo do dispositivo.

Comparações frequentes

POLED vs AMOLED: qual é a diferença?

Toda tela POLED consiste em um painel AMOLED com substrato de plástico. Logo, o uso de um termo ou outro depende do fabricante. A Samsung mantém o nome AMOLED tanto em telas com substrato de vidro quanto de plástico. Já marcas como LG e Motorola preferem o termo POLED ou pOLED (com ‘p’ minúsculo).

POLED vs IPS LCD: qual é o melhor?

Telas POLED costumam consumir menos energia, além de exibir maior volume de cores e preto profundo. Já displays IPS LCD tendem a ter mais durabilidade e ângulo de visão tão bom quanto no POLED. Mais detalhes em nosso comparativo entre IPS LCD, AMOLED e mais tecnologias usadas em telas de celular.

Esse conteúdo foi útil?
😄 Sim🙁 Não

Receba mais sobre LG G Flex na sua caixa de entrada

* ao se inscrever você aceita a nossa política de privacidade
Newsletter
Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

Ana Marques

Ana Marques

Gerente de Conteúdo

Ana Marques é jornalista e cobre o universo de eletrônicos de consumo desde 2016. Já participou de eventos nacionais e internacionais da indústria de tecnologia a convite de empresas como Samsung, Motorola, LG e Xiaomi. Analisou celulares, tablets, fones de ouvido, notebooks e wearables, entre outros dispositivos. Ana entrou no Tecnoblog em 2020, como repórter, foi editora-assistente de Notícias e, em 2022, passou a integrar o time de estratégia do site, como Gerente de Conteúdo. Escreveu a coluna "Vida Digital" no site da revista Seleções (Reader's Digest). Trabalhou no TechTudo e no hub de conteúdo do Zoom/Buscapé.

Relacionados