O que é tela AMOLED? Entenda o que significa e como funciona a tecnologia

A tecnologia AMOLED está presente em telas com cores vibrantes e pretos profundos; conheça as suas vantagens e desvantagens

Emerson Alecrim Paulo Higa
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• Atualizado há 11 meses
Galaxy S23 Ultra tem tela AMOLED Dinâmico 2X (Imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)
O Galaxy S23 Ultra tem tela de AMOLED Dinâmico (imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)

AMOLED (Active Matrix Organic Light Emitting Diode, na sigla em inglês) é um tipo de tela OLED de matriz ativa usada em celulares, TVs, notebooks e smartwatches. A tecnologia exibe cores vívidas e preto profundo, e também suporta altas taxas de atualização.

Histórico e aplicações

O AMOLED foi criado como uma evolução do OLED por um grupo que incluía a Samsung. No entanto, o primeiro celular com a tecnologia foram BenQ-Siemens S88, lançado em 2006.

Hoje, telas AMOLED são mais comuns em dispositivos Samsung Galaxy. Mas também é possível encontrar a tecnologia em smartphones de marcas como Google Pixel e Xiaomi, entre outras.

AMOLED ou OLED?

Telas OLED usadas em TVs, monitores e celulares modernos costumam ser do tipo AMOLED, ainda que as empresas não mencionem essa nomenclatura. Isso porque o OLED de matriz passiva (PMOLED) traz limitações para o tamanho do display e para as taxas de atualização.

A Samsung também registrou as marcas Super AMOLED, que incorpora a sensibilidade a toques, e o AMOLED Dinâmico, que permite taxas de atualização maiores.

Samsung Display, BOE e LG Display são as maiores fornecedoras de telas AMOLED do mercado. De acordo com a Cinno Research, a primeira respondeu por 63% da produção global da tecnologia em 2022.

Como funcionam as telas AMOLED

A tecnologia AMOLED adiciona ao painel OLED uma camada de transistores de película fina (TFT). Esse material atua como uma matriz ativa que controla individualmente os pixels, determinando quais devem ser ligados ou desligados e permitindo que a corrente elétrica chegue rapidamente a eles.

Para isso, o TFT é posicionado logo abaixo do ânodo, deixando a estrutura básica do AMOLED assim:

  1. Camada protetora;
  2. cátodo;
  3. camada orgânica (OLED);
  4. ânodo;
  5. TFT;
  6. Substrato / vidro.
Estrutura básica de uma tela AMOLED (imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)
Estrutura básica de uma tela AMOLED (imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Em uma tela AMOLED, uma tensão é aplicada entre o cátodo e o ânodo para estimular os diodos orgânicos, que ficam entre eles. Isso faz os pixels ativados gerarem luz, formando a imagem. Nesse processo, o TFT controla a corrente que flui para cada pixel.

Um painel AMOLED é mais avançado do que telas PMOLED (Passive Matrix Organic Light-Emitting Diode), que usam matriz passiva para controla os pixels em linhas, não individualmente. Isso torna a fabricação mais barata, mas limita a resolução e a qualidade de imagem.

Vantagens

Telas AMOLED têm ótima aceitação no mercado por proporcionarem uma série de benefícios em relação ao LCD. São eles:

  • Menor consumo de energia: telas AMOLED tendem a poupar a bateria de dispositivos como celulares, pois um pixel do tipo não consome energia ao exibir a cor preta;
  • Preto profundo: um painel AMOLED exibe preto verdadeiro porque o pixel é simplesmente desligado para reproduzir essa cor, característica que também favorece o contraste;
  • Cores vívidas: as cores de uma tela AMOLED são mais vibrantes do que no LCD, o que melhora a qualidade de imagem;
  • Maior ângulo de visão: o AMOLED facilita a visualização da tela sob ângulos laterais porque os seus pixels emitem luz em todas as direções;
  • Menor tempo de resposta: uma tela AMOLED não precisa movimentar cristais líquidos, como no LCD, possibilitando uma resposta mais rápida;
  • Alta taxas de atualização: uma tela AMOLED permite taxas de atualização superiores a 120 Hz. Isso torna as transições de imagens mais suaves, principalmente em jogos;
  • Menor espessura: telas AMOLED costumam ser mais finas do que LCDs por dispensarem a camada de luz de fundo (backlight).
O Samsung Galaxy Watch 5 é um relógio com Super AMOLED (imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)
O Samsung Galaxy Watch 5 é um relógio com Super AMOLED (imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)

Desvantagens

  • Durabilidade: telas AMOLED têm tempo de vida útil menor do que as LCD, pois são formadas por materiais orgânicos que se degradam com o tempo;
  • Brilho abaixo do máximo: os fabricantes podem limitar a intensidade do brilho da tela para atenuar o desgaste da camada orgânica;
  • Custo de fabricação: a produção de um display AMOLED é mais complexa na comparação com telas LCD, o que resulta em preço mais alto para o consumidor.

Tecnologias similares

Nosso comparativo mostra, em detalhes, as diferenças entre AMOLED, IPS LCD e outras tecnologias utilizadas em dispositivos móveis.

Abaixo, você confere um resumo das principais rivais do AMOLED:

AMOLED vs IPS LCD

O IPS é um tipo de painel LCD que combina um backlight com uma camada de cristal líquido orientada de forma paralela à superfície, melhorando o ângulo de visão em relação a LCDs convencionais. Já o AMOLED é feito de um material orgânico que gera luz própria. Por dispensar a luz de fundo, ele entrega cores mais vivas e consome menos energia, principalmente em celulares.

AMOLED vs MicroLED

O MicroLED é parecido com o AMOLED. A principal diferença é que a tecnologia usa diodos emissores de luz microscópicos para formar as imagens. Por não usar material orgânico, o MicroLED costuma ter maior durabilidade. Porém, telas AMOLED tendem a ser mais baratas.

Durabilidade

Telas AMOLED são afetadas pelo efeito burn-in?

Painéis AMOLED estão sujeitos ao burn-in devido ao desgaste natural de seus compostos orgânicos. O efeito pode se manifestar até em telas pequenas, como as de celulares. Porém, com a evolução da tecnologia, o problema não ocorre com muita frequência.

Telas AMOLED são resistentes?

Por si só, a tecnologia AMOLED não é mais resistente do que outros tipos de tela. Por isso, alguns dispositivos reforçam o AMOLED com tecnologias robustas, como vidros de cristal de safira ou Gorilla Glass, que são menos suscetíveis a danos.

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

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