O que é a tecnologia LTPO presente em telas OLED e LCD?
Telas LTPO podem oferecer melhor experiência visual com menor uso de hardware, preservando a bateria de dispositivos móveis; saiba como elas funcionam
Telas LTPO podem oferecer melhor experiência visual com menor uso de hardware, preservando a bateria de dispositivos móveis; saiba como elas funcionam
LTPO (Óxido policristalino de baixa temperatura) é uma tecnologia usada em telas de celulares e smartwatches para permitir taxas de atualização variáveis e reduzir o consumo de energia.
A tecnologia LTPO chegou ao mercado em 2018, no Apple Watch Series 4, que trazia uma tela OLED maior que a do antecessor, mas manteve uma duração de bateria de 18 horas. No ano seguinte, o LTPO foi usado no Apple Watch Series 5, o primeiro da linha com tela sempre ligada e capaz de variar a taxa de atualização entre 1 e 60 Hz.
Posteriormente, o LTPO foi adotado em iPhones e iPads, além de celulares de marcas como Samsung, Razer, Oppo, OnePlus e Sharp. A Samsung usa a tecnologia em smartphones desde o Galaxy Note 20 Ultra, com tela AMOLED Dinâmico 2X, mas chama seu processo de fabricação de HOP (Hybrid Oxide and Polycrystalline Silicon).
Como o LTPO é mais eficiente e permite deixar a tela sempre ligada com consumo reduzido, deve continuar crescendo nos smartphones. Uma previsão da consultoria Omdia aponta aumento de 94% em unidades fabricadas de LTPO AMOLED em 2022, contra queda de 19% do LTPS AMOLED.
O LTPO é um tipo de transistor de película fina (TFT) que pode equipar telas LCD e AMOLED, sendo mais comum na última. Sua função é controlar individualmente os pixels do display, atuando como um interruptor que ajusta o fluxo de corrente elétrica em cada pixel.
Segundo uma patente de 2014 da Apple, o LTPO é uma junção da tecnologia LTPS e IGZO: os circuitos são feitos em polissilício de baixa temperatura, enquanto os transistores são de óxido de índio gálio zinco.
Em uma tela AMOLED com padrão RGB, por exemplo, o LTPO age para controlar a intensidade da luz de cada subpixel vermelho, verde e azul. A mistura desses três subpixels forma um pixel colorido, e a combinação dos pixels cria uma imagem.
O LTPO tem consumo reduzido de energia na fase de comutação, quando o transistor é ligado ou desligado. Essa redução, de até 15% em relação ao LTPS, permite ajustar dinamicamente a taxa de atualização da tela com menos desperdício de bateria.
O LTPS é uma evolução do silício amorfo (a-Si), uma tecnologia antiga de TFT. O uso de LTPS permitiu a criação de telas com alta densidade de pixels e taxas de atualização maiores, já que possui mobilidade de elétrons mais de 100 vezes mais rápida que o a-Si, segundo a LG Display.
No entanto, o LTPS sofre com maior vazamento de corrente elétrica, ou seja, uma quantidade de energia é desperdiçada quando um transistor é ligado ou desligado.
Como a fase de comutação é essencial para o funcionamento de uma tela sempre ligada (Always On Display) e do ajuste dinâmico de taxa de atualização, o material dos transistores foi substituído por óxidos de metal (IGZO), que têm menor mobilidade de elétrons que o LTPS, mas são mais eficientes.